Em uma das muitas histórias que tive a chance de vivenciar e contar, me recordo do dia em que precisei ficar dois dias embarcado em uma plataforma de exploração de petróleo, na Bacia de Campos. Fomos acompanhar a visita do então presidente da república, Fernando Henrique Cardoso. Decolamos do aeroporto de Macaé-RJ em direção a plataforma. Foi pouco mais de uma hora de viagem mar a dentro. Chegamos e logo fomos instruídos por uma equipe de segurança, que nos passou todos os detalhes da plataforma e os locais de alta periculosidade. Além, claro, dos locais para onde deveríamos correr, caso houvesse algum incidente. Aos poucos fomos explorando esse mundo metálico no meio do oceano. Descobri que além de tubulações, guindastes, placas de aço e petróleo, também existiam brasileiros, pais de família, pessoas com belas histórias. Uma delas é a de um petroleiro que nas horas vagas seguia para um dos para-peitos da plataforma cantar a saudade de casa e dos filhos e esposa. O cara era tenor com uma voz impressionante. O canto expressava um sentimento único. Perguntei se era feliz com o que fazia na plataforma. Respondeu-me que sim. Mas o preço da felicidade de exercer a profissão que gosta era muito alto. Tinha que passar 14 dias longe da esposa e dos filhos.  As vezes precisamos abrir mão de algo para viver outro. Como isso dói não é mesmo?  É o petroleiro que deixa a família para ajudar o país a se tornar independente na produção de petróleo, é o missionário que deixa seus queridos para levar o evangelho a quem ainda não encontrou o amor de Deus, é você que pode nesse momento está distante dos que gosta em troca de alguma outra atividade. Prefiro terminar essa história com uma pergunta: As renúncias que têm feito estão valendo a pena? São importantes para a humanidade? Se a resposta for negativa é melhor aproveitar esse tempo para refletir e até mesmo mudar aquilo que precisa ser mudado.

Deus abençoe!

Wallace Andrade
Comunidade Canção Nova
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