Arquivo: Ajuda à Igreja que Sofre (AIS)

No Egito, Igreja Santa Terezinha de Lisieux é invadida por extremistas islâmicos. Os últimos acontecimentos no Egito e na Síria trouxeram à tona a realidade dos cristãos perseguidos em diversas partes do mundo. O próprio Papa Francisco dedicou as intenções de oração do mês de setembro por eles e alertou: “os cristãos são perseguidos devido à fé. Em alguns países não podem usar a cruz, são punidos se o fazem”.
De acordo com a Agência Fides, que publica anualmente os dados oficiais da perseguição no mundo, somente no ano passado foram assassinados 12 missionários católicos. O maior número de mortes aconteceu na América, onde seis sacerdotes perderam a vida. Na África, três sacerdotes e uma religiosa. E na Ásia, um sacerdote e uma leiga foram martirizados. São números aproximados, pois a distância e a dificuldade de comunicação impedem que todos os casos sejam conhecidos e registrados.
Porém, são incontáveis os cristãos católicos e evangélicos que sofrem diariamente ameaças e violência. Segundo a Agência de notícias dos jesuítas, AsiaNews, no mês de agosto foram vários os atentados contra os fiéis na Índia, Síria, China, Indonésia e Egito.
Um dos fatos mais recentes, foi a expulsão, na última semana, de dezenas de famílias católicas greco-melquitas do Vilarejo de Maaloula, Síria. Um grupo extremista islâmico invadiu o local, exigindo que os moradores cristãos abandonassem suas casas. Maaloula é a única localidade no mundo onde ainda se fala o aramaico, a língua de Jesus.

Padre Giorgio Zevini morou por nove anos no Oriente Médio e acompanhou a realidade de muitos cristãos perseguidos Casos como estes são apenas a ponta de um “iceberg”, ressalta o especialista em Sagrada Escritura, padre Giorgio Zevini. O sacerdote morou por nove anos no Oriente Médio e acompanhou de perto a situação da minoria cristã em países como Egito, Líbano e Síria.
De acordo com padre Zevini, os motivos da perseguição são complexos, pois envolvem cultura, influências políticas e ideologias. “Enquanto nós cristãos somos mais abertos ao diálogo, algumas religiões, para defender sua identidade são rígidas, fundamentalistas. Para defender-se, atacam” ressalta.
Nos anos em que viveu no Oriente Médio, o sacerdote italiano assistiu ao constante êxodo dos cristãos que fugiam da própria terra para sobreviver. “Não há, da parte desses governos, uma política que facilite a vida religiosa dessas populações. Os cristãos católicos são obrigados a sair (…) porque não existem prospectivas, seja por causa das guerras, seja pelas tensões de caráter religioso”, conta o sacerdote.
Padre Zevini ressalta que mesmo o Ocidente não sofrendo esse tipo de perseguição, é dever de toda a Igreja rezar e educar as novas gerações para a paz. “É bom que em todas as partes do mundo, essa realidade seja conhecida. Tomem conhecimento, que existem ainda hoje, como nos primeiros tempos do Cristianismo, cristãos que vivem sob dificuldades, no sofrimento das perseguições”, conclui emocionado o religioso.  ((( Liliane Borges – missionária da Comunidade Canção Nova e jornalista )))