Ainda lembro do dia em que tentava fugir da agitação do carnaval de 2004. Fui com a família para uma praia sem movimento no interior de Anchieta, litoral sul do Espírito Santo. Ainda estava parando o carro, quando fui surpreendido por um rapaz que me alertou para um vazamento de combustível. Era a bomba de gasolina que tinha ido pro espaço. Naquele lugar, sem oficina mecânica, sem reboque, o rapaz foi surpreendente. Primeiro tentou empurrar o carro comigo. Depois saiu e voltou com outro carro para irmos atrás de um mecânico na cidade. Lá o mecânico estava cheio de serviço e disse que tínhamos que levar o carro até ele. O rapaz me acalmou e voltamos até onde estava minha família. No caminho, parou num boteco e chamou um parceiro. O cara estava no meio de muita gente. Todo mundo só de sunga e muita cerveja na mesa, mas o curioso é que o cara todo arrumado. Ele veio até o carro e o rapaz pediu pra ele pegar o carro dele e nos ajudar. Fomos até o meu carro e lá o camarada arrumou uma corda daquelas de puxar barco. Amarrou no carro dele e no meu. O amigo dele acabava de chegar com um carro novo e pôs minha família no carro dele. Fiquei apreensivo e o rapaz percebeu e foi logo me acalmando. Meu amigo é do bem como eu. Vamos levar todos em segurança até a oficina. Ele saiu me rebocando e o amigo dele com o outro carro sumiu, foi por outra estrada. Chegamos a oficina e pouco depois o outro carro estacionou com minha preciosa família. Respirei aliviado e o rapaz veio se despedir de mim. Perguntei quanto devia a ele e dando um tapinha em meu ombro disse: “estamos aqui para ajudar você. Não me deve nada!” Nunca mais vi o rapaz, quem foi embora com o amigo, sem ao menos dizer seu nome. Não tenho dúvidas que fui visitado por dois anjos. Um cuidou de mim e o outro de minha família.

Deus abençoe!

Wallace Andrade
Comunidade Canção Nova
@WallaceAndrade9