Missão Lavrinhas – Canção Nova 2019

Desde o ano 2000 o Pré-Discipulado da Comunidade Canção Nova é realizado na cidade de Lavrinhas – SP
sob os olhares da Virgem Auxiliadora e Dom Bosco. 
A casa que acolhe a missão da Comunidade pertence aos Salesianos, 
família religiosa que inclui em seus ramos há 10 anos a comunidade Canção Nova.
No último dia 22 de Janeiro de 2019 ingressaram 35 jovens no Pré-Discipulado da Comunidade Canção Nova.

O que é Pré-Discipulado?

O Pré-Discipulado é a primeira etapa de formação de uma pessoa que ingressa na Comunidade Canção Nova.  
Período de averiguação com duração mínima de um ano que transcorre em uma ou mais frentes de missão, especialmente escolhidas para este fim.
Trata-se de um tempo especial de intimidade com Deus em que o candidato vai construir as bases da sua vocação e aprofundar-se na história da Canção Nova,
na sua história de salvação pessoal, na doutrina da Igreja Católica, numa rotina diária de formação, trabalho e vida comunitária.

Conheça um pouco mais a dinâmica do Pré-Discipulado na Canção Nova:

Para acompanhar mais de perto as atividades da Casa de Pré-Discipulado da Comunidade Canção Nova acesse: Facebook, Instagram e Twitter

Para ver a agenda 2019 de retiros abertos ao público clique aqui.

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Diante de um mundo carente de esperança, celebrar a Semana Santa é fortalecer a esperança que dá a vida

O maior acontecimento da história da humanidade é a Encarnação, Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de Deus feito Homem. Nada, neste mundo, supera a grandiosidade desse acontecimento. Os grandes homens e as grandes mulheres, – sobretudo os santos e santas, debruçaram-se sobre esse acontecimento e dele tiraram a razão de ser de suas vidas.

Depois da Encarnação e da Morte cruel de Jesus na cruz, ninguém mais tem o direito de duvidar do amor de Deus pela humanidade. Disse o próprio Jesus que o Senhor amou a tal ponto o mundo que deu o Seu Filho Único para que todo aquele que n’Ele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (cf João 3,16).

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São Paulo explica a grandeza desse amor de Deus por nós com as seguintes palavras aos romanos: “”Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Se, quando éramos ainda inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, com muito mais razão, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida”” (Romanos 5,8-10).

Cristo veio a este mundo para nos salvar, para morrer por nós. Deus, humanizado, morreu por nós. O que mais poderíamos exigir do Senhor para nos demonstrar Seu amor? Sem isso, a humanidade estaria definitivamente longe de Deus por toda a eternidade, vivendo o inferno, a separação do Pai. Por quê? Porque o homem pecou e peca desde os nossos primeiros antepassados; e o pecado é uma ofensa grave a Deus, uma desobediência às Suas santas Leis, a qual rompe nossa comunhão com Ele. Por isso, diante da justiça divina, somente uma reparação de valor infinito poderia sanar essa ofensa da humanidade ao Senhor. E como não havia um homem sequer capaz de reparar, com seu sacrifício, essa ofensa infinita a Deus, então, Ele próprio, na Pessoa do Verbo,– veio realizar essa missão.

Não pense que Deus é malvado e exige o sacrifício cruento de Seu Filho na cruz por mero deleite ou para se vingar da humanidade. Não, não se trata disso. Acontece que o Senhor é amor, mas também é justiça. O amor de Deus é justo. Quem erra deve reparar seu erro. Humanamente exigimos isso, e essa lei só não existe entre os animais. Então, como a humanidade prevaricou contra Deus, ela tinha de reparar essa ofensa não simplesmente a Ele, mas à justiça divina sob a qual este mundo foi erigido. Sabemos que, no Juízo Final, Deus fará toda justiça com cada um; e cada injustiça da qual fomos vítimas também será reparada no Dia do Juízo.

Assim, vemos o quanto Deus ama, valoriza e respeita o homem. O Verbo Divino se apresentou diante do Pai e ofereceu-se para salvar a Sua mais bela criatura, gerada “à Sua imagem e semelhança” (cf. Gênesis 1,26).

A Carta aos Hebreus explica bem este fato transcendente: “Eis por que, ao entrar no mundo, Cristo diz: Não quiseste sacrifício nem oblação, mas me formaste um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradam. Então eu disse: ‘Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’ (Sl 39,7ss). Disse primeiro: Tu não quiseste, tu não recebeste com agrado os sacrifícios nem as ofertas, nem os holocaustos, nem as vítimas pelo pecado (quer dizer, as imolações legais). Em seguida, ajuntou: Eis que venho para fazer a tua vontade. Assim, aboliu o antigo regime e estabeleceu uma nova economia. Foi em virtude desta vontade de Deus que temos sido santificados uma vez para sempre, pela oblação do corpo de Jesus Cristo.Enquanto todo sacerdote se ocupa diariamente com o seu ministério e repete inúmeras vezes os mesmos sacrifícios que, todavia, não conseguem apagar os pecados, Cristo ofereceu pelos pecados um único sacrifício e logo em seguida tomou lugar para sempre à direita de Deus” (Hebreus 10,5-10).

A Semana Santa celebra, todos os anos, esse acontecimento inefável: a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo para a salvação da humanidade, para o resgate desta das mãos do demônio e a sua transferência para o mundo da luz, para a liberdade dos filhos de Deus. Estávamos todos cativos do demônio, que no Paraíso tomou posse da humanidade pelo pecado. E com o pecado veio a morte (cf. Rom 6,23).

Mas agora Jesus nos libertou, “pagou o preço do nosso resgate”. Disse São Paulo: “Sepultados com ele no batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. Mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão da vossa carne, chamou-vos novamente à vida em companhia com ele. É ele que nos perdoou todos os pecados, cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz. Espoliou os principados e potestades, e os expôs ao ridículo, triunfando deles pela cruz” (Col 2,12-14).

Quando fomos batizados, aplicou-se a cada um de nós os efeitos da Morte e Ressurreição de Cristo; a pia batismal é, portanto, o túmulo do nosso homem velho e o berço do nosso homem novo, que vive para Deus e Sua justiça. É por isso que, na Vigília Pascal do Sábado Santo, renovamos as promessas do batismo.

O cristão que entendeu tudo isso celebra a Semana Santa com grande alegria e recebe muitas graças. Por outro lado, aqueles que fogem para as praias e os passeios, fazendo dela apenas um grande feriado, é porque ainda não entenderam a grandeza dessa data sagrada e não experimentaram ainda suas graças. Ajudemos essas pessoas a conhecerem tão grande mistério de amor!

O cristão católico, convicto, celebra com alegria cada função litúrgica do Tríduo Pascal e da Páscoa. Toda a Quaresma nos prepara para celebrar com as disposições necessárias a Semana Santa. Ela se inicia com a celebração da entrada de Jesus em Jerusalém (Domingo de Ramos). O povo simples e fervoroso aclama Jesus como Salvador. E grita: “Hosana!”; “Salva-nos!” Ele é o Redentor do homem. Nós também precisamos proclamar que Ele – e só Ele – é o nosso Salvador (cf. At 4,12).

Na Missa dos Santos Óleos, a Igreja celebra a Instituição do Sacramento da Ordem e a bênção dos santos óleos do batismo, da crisma e da unção dos enfermos. Na Missa do Lava-Pés, na noite da Quinta-Feira Santa, a Igreja celebra a Última Ceia de Jesus com os Apóstolos, na qual o Senhor instituiu a Sagrada Eucaristia e lhes deu as últimas orientações.

Na Sexta-Feira Santa, a Igreja guarda o Grande Silêncio diante da celebração da Morte do seu Senhor. Às três horas da tarde, é celebrada a Paixão e Morte do Senhor. Em seguida, há a Procissão do Senhor morto por cada um de nós. Cristo não está morto nem morre outra vez, mas celebrar a Sua Morte é participar dos frutos da Redenção.

Na Vigília Pascal, a Igreja canta o “Exultet”, o canto da Páscoa, a celebração da Ressurreição do Senhor, que venceu a morte, a dor, o inferno e o pecado. É o canto da Vitória. “Ó morte onde está o teu aguilhão?”

A vitória de Cristo é a vitória de cada um de nós que morreu com Ele no batismo e ressuscitou para a vida permanente em Deus; agora e na eternidade.

Celebrar a Semana Santa é celebrar a vida, a vitória para sempre. É recomeçar uma vida nova, longe do pecado e em comunhão mais íntima com Deus. Diante de um mundo carente de esperança, que desanima da vida, porque não conhece a sua beleza, celebrar a Semana Santa é fortalecer a esperança que dá a vida. O Papa Bento XVI disse – em sua Encíclica Spe Salvi – que sem Deus não há esperança, e sem esperança não há vida.

Esta é a Semana Santa que o mundo precisa celebrar para vencer seus males, suas tristezas e desesperanças.

Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino

A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações

A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples, que O aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”. Esse povo tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia havia poucos dias e estava maravilhado. Ele tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos profetas; mas esse mesmo povo tinha se enganado no tipo de Messias que Cristo era. Pensavam que fosse um Messias político, libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.

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Para deixar claro a este povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, mas o grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, o Senhor entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo! Dessa forma, o Domingo de Ramos dá o início à Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras.

Esses ramos significam a vitória: “Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas”. Os ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja, defensores da fé católica, especialmente nestes tempos difíceis em que esta é desvalorizada e espezinhada. Os ramos sagrados que levamos para nossas casas, após a Missa, lembram-nos de que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à Ressurreição.

O sentido da Procissão de Ramos é mostrar essa peregrinação sobre a terra que cada cristão realiza a caminho da vida eterna com Deus.
Ela nos recorda que somos apenas peregrinos neste mundo tão passageiro, tão transitório, que se gasta tão rapidamente. E nos mostra que a nossa pátria não é neste mundo, mas sim na eternidade, que aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda da casa do Pai. A Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus: Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos causados pelas mãos do soldados na casa de Anãs, Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-o, crucifica-o”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do Cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, Seu diálogo com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.

A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que O homenageou, motivada por Seus milagres, agora vira as costas a Ele e muitos pedem a Sua morte. Jesus, que conhecia o coração dos homens, não estava iludido. Quanta falsidade há nas atitudes de certas pessoas! Quantas lições nos deixam esse Domingo de Ramos! O Mestre nos ensina, com fatos e exemplos, que o Reino d’Ele, de fato, não é deste mundo. Que Ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas veio para derrubar um inimigo muito pior e invisível: o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela morte para destruir a morte; perder a vida para ganhá-la. A muitos o Senhor Jesus decepcionou; pensavam que Ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas Ele vem montado em um jumentinho frágil e pobre.

Muitos pensam: “Que Messias é este? Que libertador é este? É um farsante! É um enganador merece a cruz por nos ter iludido”. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado. O Domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja e, consequentemente, a nossa também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei sagrada de Deus, que hoje é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um Cristianismo “light”, adaptado aos seus gostos e interesses e segundo as suas conveniências. Impera, como disse Bento XVI, “a ditadura do relativismo”. O Domingo de Ramos nos ensina que seguir o Cristo é renunciar a nós mesmos, morrer na terra como o grão de trigo para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho do Senhor. Ele nos arranca das comodidades e das facilidades, para nos colocar diante d’Aquele que veio ao mundo para salvar este mundo.