Permanecer na esperança

Do querer ser de Deus passamos, muitas vezes, ao querer ser deus. Com frequência nos esforçamos para ter tudo sob controle, e quando algo nos escapa às mãos ficamos desnorteados. Todavia, como Pai que ama, Deus não deixa de nos ensinar, mas de nossa parte é necessária a abertura de coração para saber ouvir a voz do Senhor, nos acontecimentos cotidianos.

Algumas coisas tenho aprendido no tocante à limitação humana. Com minhas experiências de fracasso, de impotência… Mas ainda não me responderam para onde vai nossa fortaleza, quando alguém que amamos chora do outro lado do telefone. Nem me indicaram onde se esconde a nossa ciência, quando nossas palavras outrora tão eloqüentes, parece não descortinar o céu nublado da vida alheia.

Entretanto, tenho entendido que Deus permite passarmos por situações assim para nos ensinar que nossa confiança precisa estar unicamente n’Ele. Quando não temos mais o que fazer, temos ainda a possibilidade de rezar, e confiar. De pedir socorro Àquele que TUDO conhece, que TUDO pode e que não fica inerte diante de um coração necessitado. E isso não é menos importante.

Também Ele sofreu, chorou, angustiou-se. Mas no cume de seu sofrimento soube gritar por quem verdadeiramente podia ajudá-lo: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27,46) Desespero? Confiança! Mesmo quando sentia-se “abandonado”, Jesus sabia que tinha a quem recorrer, para ensinar que o que sentimos nem sempre corresponde à realidade.

Vida de intimidade: partilhar com Aquele que entende bem de vida humana. Dividir com Ele também as dores de uma vida que parece ter ficado descolorida ou ofuscada por tantas lágrimas. E nesse audacioso diálogo recuperar a esperança acreditando na promessa da ressurreição, mesmo ainda contemplando os olhos sofridos e vendo naquele que anela por erguer-se apoiando-se num fio de esperança, o crucificado.

A esperança é perpetuada no coração de quem confia naquele que prometeu. Se a nossa esperança se baseia nas nossas forças brevemente se dissolverá, mas se estiver apoiada no Consumador da nossa fé ela não decepcionará (cf. Rm 5,5).

Diante da dor, daquilo que me foge ao controle, sou convidado a esperar em Deus, confiando que TUDO contribui para o bem dos que O amam (cf Rm 8,28).

Grande abraço,

Maranathá!!

Edmilson Dias

Seminarista – Canção Nova

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