Estamos honrando o nome de Cristo entre os pagãos
“Os cristãos não se distinguem dos demais nem pela região, nem pela língua, nem pelos costumes. Não habitam cidades à parte, não empregam idioma diverso dos outros, não levam gênero de vida extraordinário… Seguem os costumes locais relativamente ao vestuário, à alimentação e ao restante estilo de viver… Moram na própria pátria, mas como peregrinos. Enquanto cidadãos, de tudo participam, porém tudo suportam como estrangeiros. Estão na carne, mas não vivem segundo a carne. Obedecem às leis estabelecidas, todavia superam-nas pela vida. O que a alma é para o corpo são no mundo os cristãos. Deus os colocou em tão elevado posto, que não lhes é lícito voltar atrás!”.
Estas palavras são de um cristão do século II, chamado Diogneto. O autor, desconhecido, procura mostrar como viviam os cristãos daqueles inícios: eles estavam no mundo, inseridos no mundo, chorando e sorrindo os prantos e risos do mundo, mas não eram do mundo! Tinham a profunda e firme consciência de construir no mundo o Reino de Deus, trazido por Jesus Cristo. Os cristãos, uma minoria num mundo pagão, que não se diferenciava em nada, a não ser no essencial! Por isso o escrito a Diogneto dizia com acerto: “O que a alma é para o corpo são no mundo os cristãos!” E isto não porque os cristãos quisessem que assim fosse, mas porque era sua missão: “Deus os colocou em tão elevado posto, que não lhes é lícito voltar atrás…”
O que a alma é para o corpo são no mundo os cristãos.
Dois mil anos depois, aqui estamos nós. O mundo é novamente pagão! E outra vez, devemos testemunhar com nossa vida, devemos ser como a alma no corpo do mundo – este mundo amado e querido por Deus, este mundo pelo qual o Cristo deu a vida! Mais uma vez Deus nos colocou em tão elevado posto, que não nos é lícito voltar atrás…
No tempo do profeta Ezequiel, Deus reclamava do Seu povo, que entre as nações havia profanado o Seu santo Nome: “Santificarei o Meu grande Nome, profanado entre as nações, porque vós O profanastes no meio delas” (Ez 36,23b).
A queixa de Deus deve nos tocar de perto… Devemos ter a coragem de perguntar se nós, cristãos, nós, filhos da Igreja, colocados por Deus neste meio de mundo, nesta encruzilhada da história, estamos honrando o nome de Cristo entre os pagãos ou, ao contrário, com nosso mau procedimento ou omissão, não estamos profanando a santa memória do Salvador e empanando o brilho que deve resplandecer na face de sua Esposa imaculada, que é a nossa Mãe católica.
Queira Deus que nos perguntemos sobre estas coisas incômodas, queira Deus que nos aperreemos com elas, queira Deus que nos convertamos!
Dom Henrique Soares da Costa
fonte: facebook