“Quando o Filho do Homem vier encontrará fé sobre a terra?”, questiona Jesus na passagem registrada pelo evangelista Lucas. Interessado e disposto a auxiliar os mais descrentes, o Papa Bento XVI ingressou no mundo virtual. Por meio das redes sociais, o Pontífice, de 86 anos, abriu um espaço exclusivo para esclarecer dúvidas de internautas. Questionado, por exemplo, sobre “como viver a fé em Jesus Cristo em um mundo sem esperança?”, o Santo Padre respondeu em 140 caracteres: “com a certeza de que a pessoa crente nunca está sozinha. Deus é a rocha segura sobre a qual construir a vida, e o seu amor é sempre fiel”.
Além de oferecer respostas na internet, o Papa sugere que os católicos estudem o catecismo. Ele, inclusive presenteou a juventude com o YOUCAT – abreviatura de Youth Catechism, que significa Catecismo Jovem – com respostas e reflexões sobre a fé em uma linguagem mais fácil à compreensão dos jovens. No livro lançado em 2011, por ocasião da Jornada Mundial de Madri, a questão se há provas científicas sobre a ressurreição de Jesus é respondida que “em sentido científico-natural, não há provas da ressurreição de Jesus. Há, porém, testemunhos individuais e coletivos muito fortes de um grande número de pessoas que presenciaram os acontecimentos em Jerusalém”. Acrescenta ainda que “o mais antigo testemunho escrito da ressurreição é uma carta que São Paulo escreveu aos Coríntios cerca de vinte anos após a morte de Jesus: ‘Transmiti-vos em primeiro lugar o que eu mesmo recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos Doze. Em seguida, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maior parte ainda vive, enquanto alguns já faleceram’ (I Cor 15, 3-6)”.
A experiência testemunhada por Paulo mostra a “tradição viva que ele encontrou na comunidade primitiva quando ele próprio se tornou cristão, dois ou três anos depois da morte e da ressurreição de Jesus, devido ao seu próprio encontro transformador com o Senhor ressuscitado”. O túmulo vazio foi considerado a primeira indicação real da ressurreição. Quem viu o túmulo vazio pela primeira vez foram algumas mulheres, no entanto, para a lei da época, esse testemunho era inválido. Houve então uma sequência de constatações, mas pelos registros quem “viu e acreditou” foi o apóstolo São João. “Os encontros com o Senhor vivente continuam até hoje, o que demonstra que Jesus Cristo ainda vive!”, garante o catecismo para jovens.
“Se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação é inútil e também é inútil a vossa fé”, afirmou o evangelizador dos povos pagãos, São Paulo, em sua primeira carta aos moradores de Corinto, na Grécia. A Páscoa é a Festa da Fé na Ressurreição, da passagem da morte à vida. De fato, Cristo atravessou a porta que conduzia à eternidade e possibilitou à humanidade alcançar a salvação. Na atualidade, muitas pessoas se encontram desanimadas e precisam redescobrir a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo da fé. Diante dessa necessidade concreta, o Papa Bento XVI declarou 2013 o Ano da Fé, um convite a todos os cristãos a deixarem a escuridão da descrença para acessar a clareza que só encontra quem atravessa a Porta da Fé.
A Porta da Fé é título da carta apostólica de Bento XVI com a qual se proclamou o Ano da Fé. Todos são convidados a entrar por essa porta segura que conduz a uma vida feliz, realizada. Por ela, atravessaram os Apóstolos que deixaram tudo para seguir o Mestre obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura. À Porta da Fé ingressaram homens e mulheres de todas as idades, confessando a beleza de seguir Jesus nos lugares onde eram chamados a dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e ministérios a que foram chamados. Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus, vivo e presente na nossa vida e na história.
Rodrigo Luiz dos Santos
Comunidade Canção Nova
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