Professor Felipe Aquino comenta sobre renúncia de Bento XVI e o Conclave
Os 115 cardeais que deverão participar do Conclave enfrentarão a grande tarefa de eleger o novo Pontífice movidos pela unção do Espírito Santo. Toda a Igreja aguarda ansiosa para receber o novo Sucessor de Pedro.
A decisão do agora Papa emérito Bento XVI surpreendeu toda a Igreja, pois há 600 anos nenhum Pontífice renunciava ao pontificado. Essa decisão marca um novo tempo de transformação para a Igreja.
“Sem dúvida, é um fato novo. Assim, poderemos ter outros Papas, lá na frente, que também poderão fazer a mesma coisa, ou seja, Bento XVI abriu uma porta. Uma abertura que é legitima, está prevista no Código de Direito Canônico; não foi nenhuma revolução e nenhuma desobediência ao código, já que este lhe dava a possibilidade, e Bento XVI teve a coragem de usar a prerrogativa que essa regra lha dava. Eu acho que, se nós tivermos, para frente, outros Papas que cheguem na mesma situação de debilidade física, penso que eles terão mais facilidade para renunciar”, explicou professor Felipe Aquino.
Confira, na íntegra, o podcast da redação:
Segundo a opinião de Felipe Aquino, o novo Papa enfrentará grandes desafios, pois são muitas as situações que a Igreja precisa vencer com diálogo, mas sempre respeitando as doutrinas da Igreja.
“Este Pontífice que virá tem de ser um Papa muito preparado e forte, porque nós estamos vendo o que está acontecendo com Bento XVI. Desta forma, o próximo Papa vai manter tudo o que Bento XVI disse e fez; então, vai continuar sendo odiado do mesmo jeito. Ninguém pense que vamos ter um Papa ‘moderninho’, que vai aceitar aborto, casamento gay, porque a Doutrina não é do Papa, mas da Igreja. Acho que isso vai nortear os cardeais para escolha do novo Papa: ‘quem é o Papa firme, corajoso e preparado para enfrentar esses problemas de dentro e de fora da Igreja?’”, questionou Aquino.
A escolha do novo Pastor da Igreja deverá acontecer nos próximos dias, pois para o professor Felipe este Conclave deverá demorar um pouco mais do que aquele que elegeu Bento XVI, já que o Papa emérito era um dos cardeais em destaque durante o último Conclave.
“Eu acredito que não seja tão rápido como foi a eleição de Bento XVI, porque, quando morreu João Paulo II, os cardeais sabiam que o expoente, ali dentro, era Joseph Ratzinger, já que ele tinha sido, por 25 anos, o braço direito de João Paulo II e amicíssimo do beato. Então, embora ele tivesse 78 anos e os cardeais não fossem elegê-lo por causa da idade, a questão da necessidade da Igreja e da grandeza dele superou a própria idade. Agora, já não tem mais esse fator e não há um cardeal, hoje, que se destaque como o Cardeal Ratzinger se destacava, mas isso não quer dizer que não tenha, porque nós temos cardeais maravilhosos, mas não tem assim uma estrela. Os cardeais vão encontrar, pela unção do Espírito Santo; eles vão fechando o círculo até que chegue em um nome”, explicou o professor.
Neste momento, os católicos de todo o mundo aguardam o início do Conclave e, assim que as portas da Capela Sistina forem fechadas, os cristãos ficarão à espera do sinal de fumaça que saíra da chaminé da capela.