A médica Érika Vilela vai escrever artigos sobre o uso abusivo e a dependência de álcool e de outras drogas para o formacao.cancaonova.com, tendo como base a experiência profissional e a Palavra de Deus.
Conheça um pouco mais sobre nossa nova colunista:Sempre quis saber como seria ter livre acesso ao outro, aos seus sentimentos mais puros, às emoções intocadas e blindadas no interior do homem. Foi a partir das muitas leituras que descobri que o caminho para isso se daria pela palavra. E pensei comigo: talvez por isso Cristo tenha se feito Palavra encarnada… A partir de agora me encontrarei aqui com vocês. Após meditar muito, vi que toda amizade começa com uma boa apresentação, e um velho amigo meu convenceu-me, certa vez, da importância de causar uma boa impressão já no primeiro momento, porque pode não haver uma segunda oportunidade para fazê-lo. Então, aí vai um “tantinho” sobre mim.
Sou mineira, do sertão de Minas Gerais, terra de gente de fé, de um povo sofrido, mas acolhedor. Eu me chamo Érika de batismo, Filha de Maria de consagração, Anawin na eternidade. Tenho 37 anos, dos quais 24 deles vivo a fé católica. Sou fundadora da Comunidade Filhos de Maria, casada há onze anos com Alysson Figueiredo, meu “bom José”.
Médica há dois anos, paciente há 37. Por ser paciente há tanto tempo, espero que entendam que, ao lerem o que escrevo, para além da Dra. Érika, está e sempre estará a Érika da enfermaria rosa, do quarto 21, da sala de espera da emergência. A Érika criança, que se fazia de forte; a Érika adulta que ainda não aprendeu a amar sua fraqueza.
Não sou PhD em psiquiatria nem em espiritualidade, mas tenho um privilégio que muitos têm, poucos o aceitam, raros o reconhecem. Sou parte daqueles que trazem em seu corpo as marcas do Crucificado e aprendo todos os dias, na escola da cruz, a verdadeira liberdade: amar divinamente o humano até tornar o humano divino!
Gosto de bolhas de sabão, porque são transparentes, brilham na luz, fazem um arco-íris e, em sua curta existência, trazem beleza e alegria ao mundo. Sou daquelas pessoas que dançam na chuva, mesmo correndo o risco de pegar um resfriado. Hoje, ando devagar… Porque não consigo andar depressa (pausa para os risos). Gosto de rir e de pessoas que são engraçadas sem esforço. Minha alma dança, ainda que o meu corpo não acompanhe seu ritmo ou compasso.
Sou revolucionária, gosto de nadar contra a corrente do pensamento atual em que se deve viver “o prazer, o poder e o ter” para ser feliz. Gosto de pensar que sou capaz de uma “re-evolução”, uma revolução a partir de Cristo, que acontece dentro do homem, como aconteceu com Pedro, com Zaqueu, com Madalena, comigo e com você.
Aprecio olhos que sorriem, mãos que falam, braços que suportam, rugas de sabedoria que só o tempo dá. Gosto do reverso e do avesso, de olhar as estrelas sem culpá-las. Gosto de ouvir o riso do meu amigo ao assistir a um filme sem sentido ou um porquê, aprendi a apreciar pessoas de valor e dou valor às pessoas. Certa vez, pediram-me que eu fizesse uma imagem, em argila, de como eu me via. O que brotou foi um passarinho de asas pequeninas, mas com olhos e coração de águia.
E a informação mais importante que posso dar sobre mim é que sou apaixonada! Apaixonei-me aos sete, aos 14, aos 21. Aos 37, permaneço ardentemente apaixonada pelo jovem Jesus de Nazaré. É Ele o meu Mestre, que me ensina a difícil arte de ser humana, de ser gente, de ser médica, de curar a dor mesmo na dor. De, na fragilidade do tempo, saber como é belo esperar!
Agora que nos conhecemos um pouco, preparemo-nos para os próximos encontros. Neles falaremos sobre os estágios motivacionais das pessoas que querem deixar o uso abusivo e a dependência de álcool e outras drogas. Aprofundaremo-nos em cada estágio e aprenderemos a melhor forma de ajudar o dependente em cada etapa. O resultado será contemplar quem ainda está preso no sepulcro do vício, por fraqueza de vontade ou circunstâncias da existência, ser liberto de tal modo a deixar a Pedra Rolar e a Vida Vencer!