Santo Sepulcro: um mosaico do Cristianismo na terra de Jesus

Diferentes ritos e tradições litúrgicas. Esta é a riqueza do Cristianismo. A Terra Santa é solo propício para se mergulhar nesse verdadeiro mosaico de confissões cristãs. O Santo Sepulcro, em Jerusalém, é o santuário mais marcado por esta mistura de culturas e crenças milenares.

O alemão Haijo Shomerus, que é luterano, decidiu registrar toda essa diversidade presente no Sepulcro e acaba de lançar o documentário “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. É uma referência ao Evangelho de São João. A princípio, o vídeo será veiculado na TV e no cinema alemão durante a Páscoa, mas a meta do diretor é que vários países tenham acesso à produção, já que o Sepulcro é um local de interesse mundial, também por seu aspecto cultural e histórico.

“Sou fascinado pelo Sepulcro, é um local muito rico e complexo. Quando vim pela primeira vez, fiquei surpreso de ver uma Igreja dividida em denominações diferentes. Se você entra nesse lugar, sente-se atraído pela fé das pessoas que vêm há 2 mil anos e trazem seus desejos e emoções.”, diz Haijo.

Segundo o alemão, o mais importante para ele foi ter descoberto essa conexão de pessoas, não é somente uma construção ou museu, é um lugar em que elas vivenciam aquilo que acreditam; às vezes discutem por dividirem o mesmo espaço, mas estão tentando cumprir com sua fé.

No documentário, os líderes das Igrejas que possuem seu espaço na Basílica falam das dificuldades de convivência entre eles, mas também das iniciativas de conhecer o outro, de respeitar o modo do outro  rezar, celebrar. Falam, inclusive, de como é feita a escala de limpeza, obedecendo à lei do ‘status quo’, que rege a presença das comunidades nos lugares santos.

O Santo Sepulcro é o grande ícone da pluralidade cristã. No coração da Cidade Antiga de Jerusalém, o Santuário recebe peregrinos do mundo todo o ano inteiro. Quem vai até lá vive a experiência de testemunhar com os próprios olhos o local da morte e ressurreição de Jesus.

Algo inusitado, mas mantido por séculos, é que, segundo a lei do ‘status quo’ é uma família muçulmana a responsável por fechar e abrir a Igreja, todos os dias no mesmo horário.

“Estamos aqui para permitir que os cristãos permaneçam juntos, sem conflitos, preservando o ‘status quo’ da Igreja. Somos pessoas neutras”, diz o muçulmano que faz este trabalho.

Assista a reportagem feita pela Canção Nova na Terra Santa

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