“Cada um de nós é um indivíduo diferente do outro, e daí o valor da pessoa ser tão grande, porque somos uma verdadeira raridade, somos únicos, e aquilo que é único e tão raro tem um valor incomensurável”, afirma o doutor Valdir Reginato, médico, professor do Centro de História e Filosofia da Ciência da Saúde da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Neste episódio da nossa série “Vida: direito de todos” vamos abordar o valor do ser humano, sua personalidade e como a ciência comprova que as manifestações do feto são cada vez mais precoces já no ventre materno. Se há manifestação e interação desta vida no ventre materno, como eliminá-la? Se ali está uma pessoa, frágil, indefesa, mas querendo vir ao mundo desde sua concepção, quando biologicamente é uma primeira célula (zigoto), como não considerar esta vida, o seu valor, mas também os seus direitos?
Explica doutor Valdir Reginato:
“É muito antiga a ideia de que dentro do ambiente uterino o ser humano já se manifestava. Se nós formos ver ao logo da história, ainda antes de Cristo, com os egípcios e os gregos, eles já tinham a concepção de que o feto ao se movimentar e a mãe perceber já era o indício de que ali [no ventre materno] já havia alguém, e este alguém já tinha alguma manifestação de quem ele era.
Sem dúvida alguma, a ultrassonografia foi um avanço muito grande em que nós passamos a ter um acesso visual à questão do feto. E pelo ultrassom nós podemos acompanhar muito melhor as manifestações deste indivíduo que está vivendo ali dentro e muito mais: que está interagindo com o meio que o gera. Aquilo que antes era apenas uma ideia [dos antigos] nós pudemos comprovar cientificamente através das visualizações da ultrassonografia.
A cada vez que aumentamos a sensibilidade [de visualização] dos aparelhos, descobrimos que as manifestações do feto são muito precoces. Será que um dia nós teremos condições de, mediante o desenvolvimento tecnológico mais apurado, poder perceber que, mesmo antes de uma composição mais complexa do sistema nervoso, nós já não temos esta sensibilidade? Será que esta sensibilidade já não está ali a partir do primeiro instante da vida? Se nós temos seres unicelulares, como as amebas, que são capazes de reagir a certos estímulos, por que o zigoto, que é uma célula muito mais complexa que a de uma ameba, não teria esta capacidade de reagir aos estímulos? Ou seja, será que o ser humano, a partir de sua concepção, de fato, já não interage com o meio, sendo este meio mais próximo a sua mãe?”.
No vídeo abaixo você confere o depoimento do doutor Valdir Reginato:
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