“A presença física é a mais pobre das presenças”.

“A presença física é a mais pobre das presenças”. Com essa frase, Padre Léo, ou simplesmente Léo, como sempre o chamei, sintetizou o que sentia com a perda de seu pai “Seu Quinzinho” e em seguida de nossa querida “Juscélia”. Palavras acertadas. Palavras que traduzem a grande verdade de que saudade é registro vivo no coração de quem ama. O poeta diz: o que amamos se torna eterno.

04 de janeiro de 2012 faz cinco anos. Não vou negar. O Léo faz uma falta danada. Quanta coisa gostaria de sentar e partilhar com ele. Ele tinha o poder de fazer com que os momentos ao seu lado fossem realmente especiais. Quando estávamos juntos, as respostas sempre vinham, e quando não as tínhamos, não faltava coragem para ir ao encontro delas.

Falo sem dor ou mágoa. Só saudade mesmo, pois sua presença continua vigorosa em nosso meio e de forma renovada marca a nossa vida. Não apenas a vida de nossos recantos, mas de muitos. Não param de chegar testemunhos de pessoas, famílias inteiras, religiosos, comunidades que continuam a luta inspirados em seu legado. Um bispo amigo disse outro dia: “Preparem-se, os testemunhos não vão parar. Padre. Léo é hoje uma resposta de Deus para estes tempos de avilte ao ser humano e à família. Deus irá usá-lo como um instrumento poderoso de restauração de jovens que perderam o sentido da vida, principalmente nas drogas, e na de famílias inteiras, cujos valores se perderam. Continuem a missão dele”.

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Impossível não prosseguir. Está vivo em minha memória o momento em que Monsenhor Jonas disse: “Padre Léo era um Elias, subiu, mas jogou o seu manto. Continue como um Eliseu persistente”. Tomei posse, não simplesmente para mim, mas como missão de toda Comunidade Bethânia. Hoje, Léo é sem dúvida, um grande sinal de Deus que aponta insistentemente para “as Coisas do Alto” e nos impulsiona a buscá-las (cf. Cl 3, 1-5).

Vasculho lembranças. Emerge uma memória bem pessoal e que me fortalece diante de todos os desafios. Quando trabalhava no Colégio São Luis em Brusque, com muita insistência fiz aulas de direção, mas sem vontade nenhuma de me tornar um motorista. Incentivado por ele, passei a assumir mais vezes o volante. Um dia, quando fui pegar o carro dele, ao sair da garagem, fiz uma barbeiragem e amassei toda a lateral. Fiquei nervoso, agitado, preocupado, inseguro até mesmo por ser um carro que o Léo gostava muito. Pensei, estou perdido. Não dirijo mais. O Léo veio e disse assim: “Bateu. Tudo bem. Na próxima preste mais atenção. Agora, entre nesse carro e vá onde você precisa ir. Se você desistir, não dirigirá mais. Lembre-se: na vida você vai “bater” muitas vezes. Recomece sempre. Aperfeiçoe sempre. Dê o seu melhor, mas não deixe de dirigir”. Entrei no carro, tremendo, mas fui. Hoje, dirijo. E, “modéstia às favas”, como ele gostava de brincar, dirijo bem. Pelo menos, amassei poucos carros nestes mais de quinze anos.

Que o Pe. Léo continue inspirando você a não desistir, a continuar firme e forte na condução da sua vida. Que por intercessão dele, continuemos a buscar “as Coisas do Alto”. É compromisso em Bethânia. Que seja pra você também. Obrigado, Padre Léo.

Fique na paz de Deus!

Padre Vicente, bth

Assista a ultima pregação do Padre Léo:

Fonte: http://www.bethania.com.br/

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