No próximo dia 17 de janeiro, Bento XVI visita a sinagoga de Roma pela primeira vez.
Quando o atual Rabino da capital italiana, Ricardo di Segni, foi eleito em 2003, as palavras do Santo Padre João Paulo II expressaram um forte desejo de estreitar os laços de amizade entre a Igreja Católica e o Judaísmo.
A sinagoga de Roma é considerada uma das mais importantes da Europa e a mais antiga do mundo ocidental. Em fevereiro de 2003, mês da posse do atual líder religioso da comunidade judaica, o Sumo Pontífice enfatizou, no discurso de boas-vindas a ele, que a sinagoga representa o símbolo da fé dos filhos de Abraão, reconhecendo o valor dessa religião, que nasce do povo eleito por Deus. É interessante ressaltar que o templo judaico fica localizado bem próximo à Basílica de São Pedro, o centro da fé católica.
Bento XVI continua o itinerário em busca do diálogo, fazendo com que a proximidade não seja apenas geográfica, como é o caso dos dois templos, mas concreta. O mais interessante ainda é notar que o esforço para a promoção do diálogo inter-religioso tem sido uma das características mais marcantes de seu Pontificado.
Em 2009, Sua Santidade visitou a Terra Santa, onde teve a possibilidade de confortar a comunidade cristã local, que representa 2% da população de Israel e da Palestina e de reafirmar que a Igreja continua com seu fiel propósito de promover a paz entre aqueles que abraçaram a fé em um único Deus.
Bento XVI abre o ano com a visita aos líderes judaicos um dia antes do início da Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos (18 a 25 de janeiro). Em junho visita Chipre, onde entrega a Instrumentum Laboris para o próximo Sínodo dos Bispos, cuja questão tratada será o Oriente Médio nesta edição, com o tema: “A Igreja Católica no Oriente Médio, Comunhão e testemunho.”
Na primeira catequese, após ser eleito Papa, Bento XVI explicou a origem do nome escolhido, que traz em si o ideal de paz abraçado por ele desde 2005, ao assumir o Pontificado: “Eu quis me chamar Bento XVI para aproximar-me do venerado Pontífice Bento XIV, que conduziu a Igreja em um período tomado pelo primeiro grande conflito mundial. Ele foi um corajoso e autêntico profeta da paz (…). Sobre sua via desejo colocar o meu ministério a serviço da reconciliação e da harmonia entre os homens e os povos”, declarou.
O mundo mais uma vez vai ver e ouvir alguém incansável que, em abril deste ano, completará 83 anos, demonstrando, por meio de suas atitudes, ser alguém que abraça o seu chamado com fidelidade, amor e responsabilidade: anunciar a paz e a harmonia em meio às hostilidades e incompreensões de um mundo, muitas vezes, fechado para Deus e para a verdade proveniente do amor.
Bento XVI sempre nos ensina com a vida. Que o esforço deste grande Pontífice em promover a paz nos leve a assumir os ideais de Cristo, os quais desde sempre foram impressos na nossa história.
Junto com o Papa sejamos anunciadores da paz.
Mirticeli Medeiros
Comunidade Canção Nova
Roma, Itália.