Enviado especial a Madrid conta como foi realizada a cobertura da JMJ na Espanha
Letícia Barbosa
Da redação
Há mais de 7 mil quilômetros da costa brasileira, do outro lado do Oceano Atlântico, no ano de 2011, o missionário Daniel Machado se encontrava em Madrid, na Espanha, para fazer a cobertura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Cada fato da 26ª edição do evento jovem era assimilado pelo olhar atento de Daniel e de mais três enviados especiais para ser divulgado no Portal Canção Nova. Os conteúdos eram publicados pela equipe que também produziam fotos e pequenos vídeos mostrando o clima da Jornada. Com isso, brasileiros e a juventude de todo o mundo, que não participaram do evento católico, acompanharam pela rede mundial de computadores os principais acontecimentos da JMJ.
Ao lembrar dos momentos de cobertura, o missionário, que é membro há 13 anos da Comunidade Canção Nova, afirmou ter sido “extraordinária e ao mesmo tempo desafiante”, porque foi o único profissional enviado para cobrir o evento para a internet, além de ter sido sua primeira cobertura internacional.
“A cobertura foi feita dentro do site do Destrave, e a nossa missão era mostrar o clima da rua, os bastidores, como esses jovens estavam vivendo o encontro mundial”, disse .
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Também existiram dificuldades nesta cobertura, como a instabilidade do sinal da internet, que dificultava a publicação das matérias.
“Apesar de estar num país desenvolvido, tivemos dificuldade com a internet. No centro de imprensa, o sinal não era bom e não tínhamos também uma internet potente para enviar os conteúdos que coletávamos nas ruas. Havia, no país, um protesto muito grande com relação à figura de Bento XVI, algumas pessoas nas ruas faziam questão de mostrar que não estavam contentes com o evento e com a presença dos jovens ali”, contou Daniel.
Mesmo viajando a trabalho, o missionário relatou que também viveu momentos de profunda espiritualidade.
“Apesar de estar a trabalho na JMJ de Madri, foi a minha primeira Jornada. Ali tive uma experiência de universalidade da fé. Era empolgante e emocionante saber que aquela multidão de jovens professavam o mesmo credo que o meu. A experiência de sentir-se numa família com milhões de membros. Assim é a Igreja!”, enfatizou Daniel.
Quatro anos mais tarde, Daniel ainda guarda memórias dos dias de cobertura, uma delas é a figura de Bento XVI.
“Ver o Papa, a sua força no meio dos jovens, os seus discursos foi de fato uma experiência única. Além disso, marcou-me a fé de muitos jovens. Estávamos num país hostil à fé, e muitos jovens foram hostilizados quando entravam numa lanchonete ou numa loja, e até mesmo em praça pública. Marcou-me uma jovem que foi xingada e ultrajada por um senhor na entrada de uma estação de metrô. Ela apenas fez silêncio, ajoelhou-se e começou a rezar o terço. Outros jovens que passavam no local começaram a fazer o mesmo. Quando vimos, uma multidão de jovens estavam rezando o terço em praça pública. Foi como ver ali a fé dos primeiros cristãos”, recordou o entrevistado.