Congresso em Roma discute sobre a imprensa católica

O Congresso sobre Imprensa Católica teve mais um dia de debate nesta terça-feira, 5, em Roma. O Congresso, promovido pelo Pontifício Conselho das Comunicações, reúne 220 pessoas entre leigos, religiosos, religiosas, padres e bispos, muitos deles responsáveis pela comunicação das conferências episcopais dos 80 países presentes no encontro.

Padre Frederico Lombardi foi o mediador do debate. Jornalistas e religiosos palestram nesta manhã sobre os temas que a imprensa católica deve abordar.

O bispo Stanislas Lalanne, de Coutances e Avranches, na França, disse que a imprensa católica deve ser uma esperança para o mundo e para aqueles que a deixaram ainda na infância. Ele também defendeu que o jornalismo deve falar no mesmo idioma de sua nação, respeitando seus próprios costumes, seus princípios morais e mantendo sua identidade. Ainda acrescentou que a imprensa católica deve ser uma imprensa livre, respeitando os pensamentos dos jornalistas e do público juvenil. Segundo ele, as informações e matérias tratadas pelos jornalistas tem de ter um sentido de Igreja, para tratar suas necessidades atuais.

Dom Lalanne ainda afirma que para suprir a constante necessidade da Igreja, é preciso que haja uma formação contínua dos jornalistas católicos, e com isso aprofundar uma reflexão sobre os temas tratados no Congresso.

“Considero a imprensa católica como uma imprensa que leva na profundidade a palavra católica, respeitando a cultura da sensibilidade cristã e criando comunhão. Isso não quer dizer que todos têm que pensar a mesma coisa; isso não quer dizer que os leitores tenham que concordar com o que se escreve. Mas isso vai gerar um debate, e é isso que mantém a Igreja viva, saudável”, acrescentou o bispo.

Gian Maria Vian, diretor do L’Osservatore Romano, falou em sua palestra que sua expectativa é a informação e a formação. “Temos que nos dirigir à catolicidade, mas também aos cristãos e aos não cristãos com uma linguagem especializada, para que sejamos escutados. Para isso temos que nos adequar à linguagem para atingir quem está de fora do Cristianismo”, refletiu o palestrante.

Os 200 participantes do Congresso foram divididos em grupos de discussões para analisar os temas abordados nesta terça-feira.

O primeiro grupo, da República Dominicana, anunciou que em Porto Rico há uma ação política muito forte, e a Igreja não toma partido de nenhum lado. “Há uma certa ação para que se vire república dos Estados Unidos. A Igreja não tem uma forma para usar os meios”, comentou o grupo.

O grupo responsável pelas questões de Cuba afirmaram que há um diálogo com o povo, mas que não são escutados pelo governo. “Uma forma de se incluir isso em um diálogo com a instituição é através da cultura, pois em todas as partes a Igreja tem uma participação na área cultural”, argumentou o segundo grupo.

Sobre a Bolívia, José Horrad comentou que a Igreja Católica boliviana tem sido pioneira nos meios de comunicação, mas embora está perdendo espaço nas mídias, está buscando alternativas nos novos meios.

Durante a tarde, outros palestrantes fizeram suas considerações a respeito da imprensa.

Anna Arco, da Catholic Herald, em Londres, fez um panorama sobre a atualidade da blogosfera no mundo. Segundo ela, a blogosfera se parece como um faroeste. “A blogosfera católica está dividida com várias formas de organização”, explica ela. Arco ainda retrata as várias formas dos blogs estarem sendo aplicados e retrata também a diversidade de como os blogs se espalham de forma e com ações diferentes.

O mediador do debate, Federico Lombardi, deu um parecer positivo a um enfoque de esperança sobre a perspectiva de crescimento desta ferramenta para beneficiar a evangelização. O padre também comentou sobre sua experiência durante este tempo no cargo que exerce no na sala de imprensa, rádio e centro televisivo.

O importante de tudo o que foi discutido neste plenário é o cuidado para não perder a raiz do que é o Catolicismo, pois não se pode fazer com que isso desvie a igreja de seu grande objetivo ,que é levar o Cristo às pessoas.

As novas tecnologias estão criando uma forma muito mais eficaz de fazer com que a evangelização, através de blogs e Twitter, mostre hoje de forma muito melhor como era divulgada antes, por exemplo, uma viagem do Santo Papa.

Com as novas tecnologias, a Igreja pode mostrar suas riquezas. Comunicação para o diálogo, comunicação para entendimento, comunicação para servir melhor as necessidades da Igreja.

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