Passou pela Canção Nova padre Walace Zanon, diretor executivo da Pastoral dos Nômades.
Essa pastoral foi criada no Brasil há 25 anos e engloba o trabalho com ciganos, circenses (profissionais do circo) e parquistas (parques itinerantes).
O Papa Bento XVI recebeu, no dia 11 de junho, cerca de 1.300 ciganos na Sala Paulo VI, na peregrinação a Roma por ocasião dos 75 anos do martírio do Cigano Zeferino Gimenez: “O Papa está perto de cada um de vocês e os recorda em suas orações!”
Seguindo esta inspiração da Igreja, direcionada pelo Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, padre Walace conta com um grupo de 30 pessoas que compõem a Pastoral dos Nômades:
“Somos poucos e trabalhamos com quase um milhão de pessoas, infelizmente, nosso trabalho ainda é limitado, porém, isso não diminui o desejo de que a Igreja seja presença no meio deles, os assistimos com a pregação do Evangelho e a celebração dos sacramentos.”
Em âmbito social a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criou uma parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos: “Há a necessidade de reconhecer seus [ciganos e demais povos nômades] direitos e deveres e de serem considerados como cidadãos brasileiros, mesmo tendo uma cultura diferente e uma língua própria”, afirma o sacerdote.
A missão da pastoral é levar a Palavra de Deus e os sacramentos a esse povo.
Padre Walace testemunha sua longa experiência com essa realidade: “Já tem 17 anos que trabalho com esta pastoral, morei 4 anos com os ciganos, fiz a experiência concreta com este povo, me doo por esta missão, pois a Igreja como mãe vai ao encontro de todos os filhos e sou lisonjeado por trabalhar com essa realidade”.
Ele é chamado de “o padre cigano” por causa da missão que realiza: “Estou visitando os ciganos por este tempo, sou nômade também, minha pátria é onde precisam de mim.”
O sacerdote também recorda o preconceito sofrido pelos ciganos: “Talvez as pessoas não tenham conhecimento, mas este povo foi massacrado na época da Segunda Guerra mundial, foram mais de 250.000 ciganos mortos durante o holocausto.”
Padre Walace lança um desafio: “Temos que quebrar os preconceitos, pois preconceito é pecado. É preciso ir além e conhecermos a cultura desse povo. No geral, os nômades acolhem com muito respeito a Igreja e conservam uma linda experiência de família. Enfim, são pessoas com muitos valores e que não são conhecidas por muitos. Eu sugiro: vá até eles e reze o terço. Eu desafio você a sair do seu lugar e ir ao encontro do diferente”.
Se você quer conhecer melhor a missão da Pastoral dos Nômades no Brasil, clique aqui.
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