Enviado especial relembra Conclave e eleição de Francisco

Enviado especial

Daniel Machado – Foto: Arquivo pessoal

Recorde os principais momentos da cobertura do Conclave e eleição de Francisco

Letícia Barbosa
Da Redação

O início de 2013 foi marcado por um anúncio inesperado vindo de Bento XVI. No dia 11 de fevereiro, ele renunciava ao Ministério Petrino. Após essa decisão, houve um período de Sé vacante.

Cardeais de todo o mundo viajaram até Roma, na Itália, para a eleição de um novo Papa. Esta reunião denomina-se Conclave.

O missionário Daniel Machado, na época repórter do Portal, também se deslocou até a Europa para cobrir todos os fatos relacionados a este momento importante na história da Igreja.

A renúncia ganhou grande repercussão pois Bento XVI tornou-se o primeiro Papa a abdicar, depois de Gregório XII em 1415, que o fizera durante o Grande Cisma do Ocidente.

Sobre a cobertura, o missionário contou que quando chegou em Roma se juntou a mais duas pessoas que o auxiliaram nas fotografias e pequenos vídeos para as mídias sociais.Os conteúdos eram enviados em matérias, apresentando o clima de Roma, a partir de entrevistas com especialistas e com o público que estava na Praça de São Pedro por meio de pequenos vídeos e fotos.

“A intenção da internet nestas coberturas é fazer com que o internauta sinta um pouco a atmosfera do lugar, no caso, de Roma. Foi um mix de sentimentos, porque não havia a morte de um Papa e sim uma renúncia, algo novo na história contemporânea da Igreja. De fato, foram dois eventos bem delimitados do ponto de vista de cobertura, pois até a saída de Bento XVI do Vaticano os holofotes estavam todos nele e nos possíveis motivos que o fizeram renunciar, tudo gerava em torno disto. Após a sua saída para Castel Gandolf, a coisa mudou e passou-se então às especulações do sucessor. A todo momento, eu ficava refletindo sobre o que seria do futuro da Igreja com este ato tão histórico e ousado de Bento XVI”, relatou o missionário.

Muitas dificuldades foram enfrentadas para que as notícias chegassem até o internauta. Os desafios superados também foram comentados por Daniel.

“Sempre há dificuldades, mas a principal, para um repórter comprometido com a verdade e o Evangelho, é resistir ao clima de especulações e sensacionalismo que se cria em torno da renúncia de Bento XVI e o conclave. No entanto, nós da Canção Nova tivemos muito privilégio porque estávamos em constante contato com os bispos e cardeais brasileiros antes do Conclave, o que nos ajudou a manter, para os nossos internautas e telespectadores, este clima de comunhão com a Igreja”, explicou.

Muitas foram as suposições da mídia quanto aos possíveis nomes a serem eleitos como Papa. Jorge Bergoglio não estava nessa “lista”. Daniel presenciou o momento e contou sobre a reação das pessoas.

“Foi um silêncio total. Não houve aplausos, gritos ou manifestações de euforia – a não ser por parte de alguns argentinos na praça. As pessoas ficavam se olhando como que perguntando: “quem é?”. Quando foi anunciado o nome do Pontífice como Francisco, ali o povo compreendeu que começava um novo tempo na Igreja. Minutos depois do anúncio, a multidão já aclamava fervorosamente o nome do novo Papa: “Francisco!”, enfatizou o entrevistado.

Um dos momentos que marcou os primeiros instantes de Jorge Bergoglio foi o pedido de oração feito por Francisco em intenção ao seu pontificado. Segundo Daniel, muitas foram as reações, expressões ou comentários das pessoas presentes no local.

“As pessoas não acreditavam no que estavam presenciando, ou seja, antes mesmo de dar a bênção, o Papa pedia oração do povo sobre si. As pessoas que estavam ao meu lado comentavam emocionadas ‘que humildade…’. Como não era um cardeal conhecido acredito que, neste ato, Bergoglio quebrou o muro de uma certa desconfiança natural que pairava sobre o novo Papa”, ressaltou ele.

Assim como foi um fato marcante para a história da Igreja, para Daniel, como missionário, o momento será guardado na lembrança.

“Lembro-me que, no dia seguinte da eleição, eu entrevistei uma mulher de Buenos Aires, diocese da qual Bergoglio era arcebispo, e ela me disse que Bergoglio não suportaria ficar dentro dos muros do Vaticano, porque gostava de gente, de contato físico com as pessoas. “Ele vai dar muito trabalho aos seguranças”, disse ela rindo. Nestes anos de pontificado do Papa Francisco constato que aquela mulher, de fato, conhecia o seu pastor, pois é o que temos visto até hoje. Outro fato interessante é que a Canção Nova deu o primeiro furo de reportagem do estilo ‘Francisco’, pois um dos nossos missionários acompanhava o cardeal Dom Odilo na primeira missa de Francisco. Estava ainda no ônibus quando, de repente, o Papa dispensa o carro oficial e pede para ir com os cardeais no ônibus. E lá estava a Canção Nova no ônibus com o Papa. A foto está aí como prova. Quando publicamos a foto o telefone de nosso escritório em Roma não parava de tocar das agências de notícias querendo a foto. Foi algo marcante desta cobertura”, encerrou.

Essa é mais uma história que compõe os 20 anos de evangelização da comunidade Canção Nova na Internet.

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