A paixão do Beato João Paulo II pelos jovens era nítida, e foi refletida em sua iniciativa de criar a Jornada Mundial da Juventude. Uma das frases que marcou o seu pontificado diz, justamente, sobre isso: “A Igreja só será jovem quando o jovem for Igreja”.
Também o Papa Bento XVI, em sua viagem ao Brasil em 2007, disse que os jovens não são o futuro da Igreja, mas sim o presente. Mas o grande questionamento é: “Qual o rosto jovem que podemos ver na Igreja hoje?”.
Nos últimos dez anos, 35 milhões de adolescentes deixaram a infância para trás e passaram a integrar o maior contingente de jovens que o Brasil já teve (IBGE 2011), o que contribuiu para a revolução das mídias sociais no nosso país.
Essa geração tem sede de um futuro promissor e, por isso, busca uma vida profissional estável e, principalmente, um espaço na sociedade, pois este é o desejo deles: serem ouvidos e respeitados.
Claro que tudo isso não vem por acaso. Em meio a tantos desejos, também surgem os questionamentos que podem intimidar os despreparados com as perguntas que não se satisfazem com simples respostas.
Aprenderam, ainda muito novos, que poderiam mudar o mundo. Por conta disso, acreditaram e se preparam para tal. E não é por acaso também que o Beato João Paulo II, durante um encontro com jovens na Praça de São Pedro, reproduziu a frase de Santa Catarina: “Jovens, se vocês forem o que devem ser, incendiarão o mundo!”
Eles são conhecidos popularmente como “Geração Y”, nasceram em um cenário sem a repressão política e economicamente estável, convivendo com a tecnologia desde muito cedo, o que gerou uma grande facilidade de adaptação.
Diariamente, em nossas paróquias e comunidades, convivemos a todo instante com esses jovens, mas será que estamos preparados para acolhê-los?
Há quem os acuse de mimados, egoístas, superficiais, mas, ao contrário do que nos parece, quando devidamente entendidos, esses jovens são fortes aliados na transformação. Por isso, trazem consigo características como:
- Facilidade em trabalhar em equipe;
- Convívio pacífico com a diversidade;
- Praticidade na solução de problemas;
- Criatividade;
- Ousadia;
- Originalidade.
Com certeza, eles serão responsáveis pelas próximas descobertas que facilitarão, ainda mais, nossas vidas. Em outras palavras, são sinais da modernidade, por isso, se sua paróquia não possui um site ou um canal de comunicação eficaz e interativo, como as redes sociais, essa é a hora de investir nos jovens e atribuir-lhes responsabilidades que condizem com sua personalidade.
Segundo pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP), a Geração Y busca a realização desde cedo. E no estudo realizado com cerca de 200 jovens, 99% deles responderam que só participam de atividades que os realizam e seriam capazes de dizer ‘não’ a empregos que remuneram bem, porém, não trazem sentido a suas vidas.
Ou seja, eles são movidos por suas paixões. E quando bem direcionados, assim como ensina o YouCat, “uma paixão por servir ao bem ou a um hábito positivo, são atitudes interiores que podem se transformar em virtudes”.
Se formos analisar, algumas características de Jesus se identificam, até hoje, com o jovem da Geração Y (ousadia, verdade, senso de urgência em mudar o mundo, adaptação à realidade que está inserido, entre outras coisas).
Não podemos nos esquecer de que a vida pública do Senhor ocorreu durante Sua juventude e com todo vigor; assim, Ele marcou a história da humanidade. O jovem de hoje almeja fazer a sua parte, mas assim como temos um forte propósito, um exemplo a oferecer na Igreja Católica, o mundo moderno oferece inúmeros outros em uma linguagem mais adequada às suas realidades.
Por isso, entender os jovens desta geração e ir ao seu encontro é trazer para a nossa Igreja a renovação, a alegria e o dinamismo de que a evangelização tanto precisa.