Quem pode ser proposto para uma causa de canonização?

Qualquer católico pode ser protagonista de uma causa de canonização, desde que tenha praticado as virtudes cristãs de forma heroica e tenha fama de santidade após a morte. O grau heroico consiste num comportamento cristão fora do comum, praticando com prontidão de espírito e com alegria as virtudes teologais: fé, esperança e caridade e as cardiais: prudência, justiça, fortaleza, temperança. Além disso, se se tratar de um consagrado, os três conselhos evangélicos: castidade, pobreza, obediência.

A fama de santidade, por sua vez, é a opinião generalizada que leva os fiéis a venerá-lo e a encomendar-se à sua intercessão.

Para iniciar uma causa de canonização é preciso esperar pelo menos cinco anos após a morte do candidato. O chamado «autor» da causa – que pode ser uma diocese, uma congregação religiosa, um grupo de fiéis ou uma simples pessoa – deve dirigir-se ao bispo diocesano, a quem compete solicitar, para poder introduzir formalmente a causa, o Nulla Osta da Congregação para as Causas dos Santos, a qual verifica se não existem motivos de obstáculo por parte de outras congregações vaticanas. Entretanto, passados trinta anos após a morte, é preciso demonstrar que a causa não foi aberta antes por motivos relacionados a dificuldades reais e não apenas devido à negligência ou dolo.

(Trecho extraído do livro “Como se faz um santo”, página 24, de Cardeal Saraiva Martins).

Sobre o Cardeal

José Saraiva Martins nasceu a 6 de janeiro de 1932 em Gagos de Jarmelo, Portugal. Tendo entrado ainda jovem para a Congregação dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria, foi ordenado sacerdote a 16 de março de 1975. Docente de Teologia e Reitor da Pontifícia Universidade Urbaniana, durante o período da sua atividade acadêmica publicou vasta e notória obra de Teologia. Em 1988 foi nomeado arcebispo secretário da Congregação para a Educação Católica. Foi de 30 de maio de 1998 até 9 de julho de 2008 Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Elevado a cardeal pelo Papa João Paulo II em 21 de fevereiro de 2001, foi-lhe atribuído o título da basílica de Nossa Senhora do Sagrado Coração.

Comments

comments