Somos Eleitores e não Consumidores

A batalha eleitoral literalmente já começou uma vez que vários candidatos já protocolaram sua inscrição ao pleito letivo junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esta corrida é recheada de emoções. Se fôssemos analisar a rotina de cada um destes concorrentes a cargos governamentais, certamente julgaríamos se tratar de superatletas. São inúmeras viagens, inaugurações, entrevistas, beijos, abraços, sorrisos, enfim, é uma verdadeira estratégia de marketing para ganhar a nossa adesão a suas propostas de governo.

No entanto, transformar “sedentários” em “atletas de elite” custa muito; para se ter uma ideia, o site do TSE divulgou que uma campanha vitoriosa a governador nos principais colégios eleitorais do Brasil não sai por menos de R$ 18.930.683,03 milhões de reais, ou seja, é muito dinheiro envolvido; tudo isso em prol da democracia. Porém, aos eleitores cabe uma reflexão simples: distinguir que mesmo com tanto capital envolvido não se trata de uma relação de consumo, de compra e venda de um produto, mas sim, de um processo democrático que visa à soberania do povo para o futuro da nação.

Desta maneira, votar simplesmente porque a estratégia de marketing foi eficiente é assumir o risco de nos próximos anos levar para casa um “produto” – que mesmo com “defeito de fabricação” – não pode ser substituído. Eleições não são uma guerra comercial, mas um processo democrático sério que, reduzido à dinâmica do marketing, pode gerar consequências dolorosas ao povo. Assim, o eleitor que vota envolvido pelas seduções da propaganda pode ser considerado um consumidor e não propriamente um eleitor.

Por essa razão, a CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil] orienta os eleitores para avaliarem bem os candidatos, lembrando-os de que o processo eleitoral não termina ao confirmar o voto, mas continua ao longo dos mandatos. Nossos bispos também incentivam os cidadãos a escolherem pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana.

Com o início da corrida às cadeiras legislativas e executivas, é necessário que tenhamos um senso crítico apurado com relação às propagandas eleitorais, evitando as seduções produzidas pela exuberância do marketing político. Comprometidos com o processo democrático devemos estar atentos quanto à seriedade do voto e do candidato e procurar conhecer suas propostas de governo.

Assim, certamente não chegaremos ao final desta corrida com aquela triste impressão de que compramos “gato por lebre”; pelo contrário, estaremos com a cabeça erguida, cientes de que colaboramos bem para o processo democrático por meio do nosso direito de bons eleitores e não no erro de sermos apenas avarentos consumidores.

Ricardo Gaiotti


Ricardo Gaiotti é missionário da Comunidade Canção Nova, advogado, formado em filosofia pelo Instituto Canção Nova de Filosofia

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