No decurso dos séculos, o Espírito sempre suscitou na Igreja realidades novas que servem como uma resposta aos desafios da Igreja no seu tempo.
Na modernidade, os ares do concílio Vaticano II(1962-1965) favoreceram o surgimento de “novas formas de vida evangélica”, dentre elas, os movimentos eclesiais e as novas comunidades.
As novas comunidades começaram a surgir na década de 1970 na França e nos EUA, tornando-se um fenômeno mundial. No Brasil, as primeiras comunidades novas surgem na década de 80 e, na década de 90, vê-se o surgimento de inúmeras novas comunidades que hoje no Brasil são mais 800.
O Concílio pedia uma Igreja inserida no mundo, capaz de atraí-lo para Cristo e de dar respostas aos desafios de seu tempo. O papa João Paulo II, na memorável vigília de pentecostes de 1998, chamou os movimentos eclesiais e as novas comunidades de “providencial resposta do Espírito”. Isso porque, através das novas comunidades, leigos que se consagram a Deus a partir de um carisma e, sob o dom e a radicalidade desse carisma, vivem o seu batismo de forma autêntica num mundo dilacerado pelo secularismo.
Muitas novas comunidades presentes no Brasil são de matriz carismática. Surgem, geralmente, a partir dos grupos de oração da Renovação Carismática Católica.
Podemos observar duas originalidades nas novas comunidades. A primeira se trata de grupos compostos por homens e mulheres, por clérigos e leigos, por casados, celibatários e solteiros que vivem em comunidade, seguem um estilo particular de vida sob a graça e espiritualidade de um carisma particular.
A segunda é a consagração de leigos, inclusive casais, no serviço do reino. Embora isso não seja exatamente novo na Igreja – vejam-se as ordens terceiras, os oblatos beneditinos – mas a consciência de uma consagração de vida, que inclua pessoas casadas, que inclusive fazem vínculos (promessas, compromissos etc.) de obediência, pobreza e castidade, é, sim, uma originalidade na igreja.
Assim, as comunidades novas são uma novidade do Espírito na Igreja de Jesus Cristo e que por ela têm sido acolhidas, através de seu magistério, como uma esperança para a igreja.
O documento de Aparecida dedica um sub-capítulo aos movimentos eclesiais e comunidades novas, que começa dizendo: “os novos movimentos e comunidades são um dom do Espírito Santo para a Igreja. Neles, os fiéis encontram a possibilidade de se formar na fé cristã, crescer e se comprometer apostolicamente até ser verdadeiros discípulos missionários.”
” As novas comunidades constituem, na Igreja, uma grande força para a Evangelização neste tempo.” (Bento XVI).
Fonte: Pantokrator
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