Como tudo começou
A história da Canção Nova, não por acaso, se mistura com a vida e o ministério de seu fundador Monsenhor Jonas Abib. Jonas Abib era seminarista e estava fazendo o último ano de Teologia. O Senhor começou a agir nesse homem de Deus – de infância pobre vivida no bairro de Vila Nova Cachoeirinha, periferia de São Paulo – quando ele menos esperava. Ficou doente e foi transferido para Lavrinhas, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo.
Ele ainda não sabia, mas o Senhor já o estava empurrando para aquilo que viria a ser seu “campo de ação” e lhe mostrando o lugar onde realizaria o que fora determinado por Ele desde sempre. Como não melhorou da enfermidade, o jovem seminarista foi enviado para o hospital de Piquete, também no interior paulista. Eram os caminhos de Deus. Naquela mesma época, na Diocese de Lorena (SP), haveria uma “Mariápolis”, um tipo de encontro realizado pelos focolares. Mesmo debilitado, Jonas participou porque sentia um chamado do Senhor. E eis que Ele não falhou! O seu encontro pessoal com Jesus aconteceu ali.
“Deus foi subversivo comigo! Deu-meu uma doença; com ela levou-me para o Vale do Paraíba, em Piquete; e depois, em Lorena, levou-me para o encontro. O impressionante é que depois da ordenação desapareceram as dores de cabeça, o ‘embaralhamento’ de vista; tudo desapareceu! Era um pretexto de Deus”, lembra monsenhor Jonas Abib.
Em 1968, começaram os primeiros encontros com os jovens.
A base da missão era lhes proporcionar o encontro pessoal com Cristo. No final de 1969, o jovem Jonas descobriu que estava tuberculoso e se transferiu para um sanatório em Campos do Jordão (SP); onde, além de se tratar, passou vários meses evangelizando. Preocupado com sua recuperação, seu superior o enviou novamente para Lorena. Era Deus agindo novamente!
Encontro com Padre Haroldo Rahn
No dia 2 de novembro de 1971 o Senhor deu o “cheque-mate” em Jonas. Padre Haroldo Rahn, da Renovação Carismática Católica, ofereceu um encontro para os seminaristas de Lorena sobre a efusão e os dons do Espírito Santo. “Realmente não entendi bem o que era a Renovação; tampouco o que era efusão e os dons do Espírito Santo. Porém, os desejei do fundo do coração. Entendi que era o que me faltava!”, partilha monsenhor.
Daí em diante começou a caminhada para o que hoje é a Comunidade Canção Nova. A partir de 1972, começaram as experiências de oração no Espírito Santo, em Lorena (SP). Assim, padre Jonas já tocava no que era a essência de sua missão: preparar um ambiente propício para que as pessoas pudessem ter um encontro pessoal com Cristo e receberem o batismo no Espírito Santo.
A necessidade de um local apropriado para os encontros começou a surgir. Providencialmente, uma fazenda em Areias (SP) apareceu e, a partir daí, nasceu a Associação Canção Nova. Dois anos depois, a primeira Casa de Missão começou a ser construída na cidade vizinha, em Queluz (SP). Batizada de “Canção Nova – a Casa de Maria”. Em junho de 1976 foi realizado o Maranathá de moças.
Chamado inspirador
Em 1976 Padre Jonas recebeu de Dom Antônio Affonso de Miranda, à época bispo da diocese de Lorena (SP), a missão de colocar em prática a Exortação Apostólica “Evangelii Nuntiandi”: Evangelização no Mundo Contemporâneo, assinado pelo Papa Paulo IV em 8 de dezembro e publicado em 21 de dezembro de 1975. Ao apresentá-lo para o padre Jonas, Dom Antônio disse: “É hora de evangelizar porque os batizados não são evangelizados. Como você trabalha com jovens, comece com eles. Faça alguma coisa!”.
A partir do ano de 1976, Padre Jonas passou a organizar os encontros chamados “Catecumenatos” – um curso de catequese para jovens. Dessa forma, acontecia ao pé da letra o que dizia o documento apresentado por Dom Antônio: “… verifica-se que as condições do mundo atual tornam cada vez mais urgente o ensino catequético, sob a forma de um catecumenato, para numerosos jovens e adultos que, tocados pela graça, descobrem pouco a pouco o rosto de Cristo e experimentam a necessidade de a ele se entregar.” (EN, n. 44).
Em 1977, na festa de Cristo Rei, movido por uma inspiração de Deus, padre Jonas se sentiu impulsionado a lançar um desafio aos jovens: “Quem quer dar um ano da vida pra Deus, para viver em comunidade e fazer o que eu faço com vocês?”
Doze jovens aceitaram o desafio e no dia 2 de fevereiro de 1978
dava-se o início da comunidade Canção Nova.
O próximo capítulo do documento, providencialmente, viria a marcar os rumos da Canção Nova: evangelizar pelos meios de comunicação: “Em nosso século tão marcado pelos mass media, ou meios de comunicação social, o primeiro anúncio, a catequese ou o aprofundamento interior da fé, não pode deixar de se servir desses meios conforme já tivemos ocasião de acentuar. Postos ao serviço do Evangelho, tais meios são suscetíveis de ampliar, quase até o infinito, o campo para poder ser ouvida a Palavra de Deus e fazer com que a Boa Nova chegue a milhões de pessoas. A Igreja se sentiria culpável diante de Seu Senhor se ela não lançasse mão desses meios potentes que a inteligência humana torna cada dia mais aperfeiçoados. É servindo-se deles que ‘apregoa sobre os terraços’ a mensagem de que ela é depositária. Neles encontra uma versão moderna e eficaz do púlpito. Graças a eles consegue falar às multidões” (EN, n.45).
Nascemos da necessidade de evangelizar e para evangelizar.
Tudo o que a Canção Nova é hoje nasceu desse documento pontifício sobre a evangelização e de uma experiência concreta: a evangelização. Dom Antônio foi enviado pelo Senhor para definir as coisas, mas não imaginava o alcance do que estava fazendo. Algum tempo depois, padre Jonas e seus jovens missionários passaram a residir em Cachoeira Paulista, município do interior de São Paulo. Em 1979, logo depois o Rebanhão – retiro aberto realizado nos dias de Carnaval, em Cruzeiro (SP) -, foi iniciada a construção de quatro casas em Cachoeira Paulista. Como ganharam apenas uma faixa do terreno, não era conveniente espalhar mais casas porque sabiam que iriam precisar da área restante para outras construções; então, foi feito apenas um sobrado. A Canção Nova, este “pedacinho do céu”, como costumam chamar os peregrinos que visitam este território eucarístico, apesar de começar de maneira muito pequena, ousadamente, a partir da fé e confiança desse grande homem de Deus: Padre Jonas Abib, que já intuía o que a Canção Nova viria a ser, se tornou um grande centro de evangelização, construído através de muita luta e de profunda experiência de abandono à Divina Providência. Hoje, missionários, amigos, colaboradores, sócios evangelizadores, parceiros, pessoas que nunca, talvez, se tornarão conhecidas, formam esta linda família chamada Canção Nova!
Reconhecimento Pontifício
Em 12 de outubro de 2008, a Comunidade Canção Nova foi reconhecida pela Santa Sé como Associação Internacional Privada de Fiéis, o que atesta sua autenticidade cristã-eclesial, aprova seus Estatutos e confirma sua trajetória de comunhão com a Igreja Católica.
Com presença em diversos estados do Brasil e no exterior, a Comunidade Canção Nova tem a missão de evangelizar, comunicar Jesus e a vida nova que Ele veio trazer, pelos Encontros e, de maneira preferencial, mas não exclusiva, através dos meios de comunicação social. Ela atua também nas áreas da educação, da saúde, das artes, da cultura e da promoção social, com o objetivo específico de contribuir concretamente na transformação do ser humano e das estruturas sociais. Sua finalidade é a formação de homens novos para o Mundo Novo, através da evangelização, de modo a preparar e apressar a vinda gloriosa do Senhor.
Olhando para a história, hoje reconhecemos aí o nosso chamado e o nosso envio. Nascemos do chamado que o bispo diocesano fez diante da palavra da Igreja, que urgia a necessidade de evangelizar no mundo de hoje e para isso fomos enviados.
> Ver também:
- Assessoria de Imprensa
- Documentos oficiais da Comunidade Canção Nova
- Site comemorativo: Canção Nova 40 anos