O caminho do homem em direção da Verdade e o seu Destino não está à mercê daquilo que ele mesmo pensa ou daquilo que pensam os outros e, muito menos, do que pensa e deseja a sociedade em que vive. O caminho é objetivo, é dado de fora: não se trata de imaginar ou inventar, mas de seguir um caminho que nos é proposto. “Seguir” – eis, precisamente, um dos verbos tipicamente próprios do cristianismo.
O caminho até a Verdade, apesar de toda humana fragilidade, incoerência e debilidade, pode ser, para o homem, pleno de paz, se for um seguimento a Alguém, como decisão amorosa em direção a um Destino que o faz verdadeiramente homem. Sendo assim, para o homem, caminhar para o seu próprio Destino significa seguir o Cristo e o seu Corpo misterioso (a Igreja), caminhando com aqueles que se reconhecem unidos sacramentalmente em Cristo e são unidos entre si visivelmente como membros uns dos outros.
A Igreja, Corpo do Cristo – Aquele mesmo que, Alfa de tudo, de tudo tornou-se o Ômega – torna-se o lugar onde se pode experimentar a vida, a força, a ação, daquele que é o Destino do homem. Ela é, então, o lugar onde a misericórdia de Deus continua a presença de Cristo e onde o homem realiza, pouco a pouco e incessantemente, a sua aspiração à Verdade e à Felicidade. Assim, o Destino do homem é indicado e realizado durante a sua vida terrena por uma realidade nova, operante na história e no mundo como sinal e germe de uma manifestação gloriosa final. Em outras palavras: a Igreja – comunidade dos renascidos em Cristo pelo Batismo e a ele continuamente unidos pela Eucaristia, espaço no qual se encontra objetivamente o Caminho até o Destino – é o Corpo do Senhor, no qual se pode experimentar já em germe, mas de modo real, aquela Vida plena, Destino último do homem que, um dia, lhe será dado.
E toda esta maravilhosa e misteriosa realidade tem início exatamente com o mistério da Encarnação e da Páscoa do Senhor.
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