O Milagre da segunda multiplicação.
Hoje o Evangelho nos fala da segunda multiplicação do pães.
(Mt 15,29-37)
Jesus, saindo da Região de Tiro e Sidônia, seguiu em direção às margens do Mar da Galileia para onde muitos O acompanharam, pois desejavam fazer uma experiência com o Senhor.
Ali, Jesus cura pessoas com diversas enfermidades: faz cegos enxergarem, coxos e aleijados andarem. Mas Jesus quis ir além das curas; Jesus quis mostrar que Deus Pai cuida de nós, que Ele está atento às mínimas coisas, aos detalhes de nossas vidas, Ele provê as necessidades mais comuns do dia-a-dia.
O povo estava por três dias seguindo Jesus e já não havia mais com o que se alimentarem naquele lugar.
A solução mais plausível seria mandá-los embora. O Senhor já lhes havia feito muito. Já havia ensinado, curado.
Jesus se atenta então para a necessidade daquela hora e diz aos discípulos: “Tenho piedade desta multidão”. E com o olhar compadecido pelo povo, Jesus não permitiu que partissem sem serem saciados.
A compaixão, o amor não permite que o outro saia de nossa presença sem o necessário. E como não bastasse Deus sempre vai além de nossas expectativas, quer nos dar o algo a mais.
A nossa memória, no entanto, é muito limitada acerca dos feitos de Deus em nossas vidas. Basta olhar o questionamento dos discípulos a respeito da multidão: “Onde vamos achar tantos pães para saciar tão grande multidão?”
A mesma pergunta já Lhe haviam feito em outra ocasião (Mt 15,15).
Essa era a segunda vez que Jesus faria o milagre da multiplicação.
O nosso questionamento é o mesmo: “Como Deus pode fazer isso na minha vida?”
Se pararmos para pensar, concluiremos que a nossa vida é cheia dessas interrogações.
Observemos o tempo e a caminhada dos discípulos com Jesus entre a primeira e a segunda multiplicação dos pães. A cena é praticamente a mesma. (Ver Mt 14,13-21). O povo segue Jesus; mas, envolvidos que são por Ele e pelos seus ensinamentos, esquecem de levar a provisão (o alimento) suficiente para aqueles dias. Jesus não quer vê-los desfalecer; por isso, é tomado por uma grande piedade. Isto para dizer que, quantas vezes for preciso, o Senhor estará atento às nossas necessidades.
Quanta dificuldade temos em exercitar nossa memória! É muito mais fácil recordar aquilo que ainda não conseguimos de Deus.
Pergunto-me então: “Quais as recordações que tenho do que Deus já fez a meu favor? Consigo enumerá-las?”
É preciso ter a coragem de acompanhar Jesus para o deserto. No deserto, Deus nos fala ao coração e não nos deixa faltar nada. É possível ir ao deserto e voltar saciado. Uma multidão teve a coragem de fazer essa experiência e encontrar com o Senhor sem levar provisão alguma. Ali, onde nada se tinha, porque tinha o Senhor, a multiplicação aconteceu.
Vamos ao deserto sem reservas!
Deixemos que o Senhor nos surpreenda!
Façamos o nosso deserto, mas não sozinhos.
Vamos com o Senhor. Lá Ele nos alimentará, renovará nossas forças e multiplicará aquilo que em nós foi subtraído.
É possível encontrar alimento no deserto, pois o Senhor está conosco. Quando já não temos nada o Senhor nos dá o necessário.
Deus abençoe.
Arlane Moreira
Comunidade Canção Nova Rio Preto