Enfrentamos inúmeras situações em nossa história que, com ou sem a nossa autorização, acabam nos trazendo este terrível sentimento: a decepção. Quem nunca se desencantou com alguém que acreditava? Quem já não esperou por realidades que não se concretizaram? Quem já não fez a experiência de não ser correspondido quando amou? A decepção é um sentimento presente na vida humana, e precisamos bem administrá-lo.
Em algum momento de nossa história, todos nos decepcionamos, todos experimentamos a infelicidade de não nos sentirmos os “prediletos”. Contudo, é preciso compreender que se esse sentimento não for trabalhado e superado, poderá nos marcar com desastrosas consequências.
A decepção é um profundo veneno e, quando faz morada no coração, tende a nos roubar o entusiasmo, a alegria e o ânimo, além de nos fazer desacreditar da vida e das pessoas em geral. Ela nos leva a pensar que nossas lutas são em vão, roubando, assim, o sentido de nossos esforços e crenças. Por isso, precisamos sempre contra-atacar esse sentimento.
Antes de tudo, é preciso destruir definitivamente alguns antigos chavões, como “Homem é tudo igual, não leva nenhuma mulher a sério”, “Meus namoros nunca dão certo”, “Eu não paro em nenhum emprego”, “O casamento é ilusão, na prática não funciona” etc. É preciso romper com a mentalidade negativista que a decepção acaba fabricando em nós.
“Uma vez que a decepção nos pega, precisamos combatê-la e vencê-la. As doenças da alma e do coração são piores do que as do corpo”. (Monsenhor Jonas Abib)
Não é porque uma mulher viveu uma experiência dolorosa com um determinado homem, que todos eles “não prestam “; existem, sim, homens bons. Não é porque o casamento de algum conhecido, não deu certo, que o casar-se tornou-se uma utopia irreal. Não é porque você se decepcionou uma vez, que irá se decepcionar sempre; nem todas as pessoas são ruins ou falsas.
Os discípulos de Emaús, decepcionados, entraram num pessimismo tremendo. Eles reconheceram quem era Jesus, mas ficaram tão cegos que a fé deles “eclipsou” e tudo o que disseram a Jesus foram coisas pessimistas. Mas o Senhor “entra em cena” e os repreende: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Será que o Cristo não deveria sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” (Lc 24,25-26). Então, Jesus começa a fazer, novamente, toda uma catequese para eles. Quando os discípulos convidam Jesus para ficar com eles e preparam a refeição, ao partir do pão, eles reconhecem o Senhor, mas Ele desaparece diante de seus olhos.
O jeito de sairmos da nossa cegueira espiritual e do pessimismo é nos voltarmos para Jesus. (Monsenhor Jonas Abib)
Não temos o direito de desistir de amar pelo fato de termos vivido experiências difíceis. É preciso não se tornar escravo da decepção, acreditar na vida, na família, nas pessoas, em Deus! É preciso tentar de novo, recomeçar.
Deus é fiel e, diante das desventuras, Ele estará pronto a abrir novos caminhos para que possamos recomeçar. É preciso acreditar e não parar na decepção. É preciso acreditar e não deixar a doçura presente nos dias se amargar. É preciso acreditar, sempre!
Texto tirado do livro “Respostas para o jovem PHN”.
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