Publicarei, a partir de hoje, uma série de sete postagens que qualifico como “questionamentos vocacionais”. Espero, assim, ajudar quem anda à procura de um sentido para a própria vida. Quem sabe elas toquem algum coração: seria uma grande alegria (e recompensa) saber disso. – Então, vamos lá:
Permita-me fazer-lhe algumas perguntas:
– Quantos anos você tem?
– Como foi que veio parar no planeta Terra?
– Quem lhe comunicou a vida?
– Donde vem a vida?
– Onde você estava antes de vir ao mundo?
Você ainda não estava no mundo, já estava, porém, na mente e no coração do Pai.
É o que nos garante São Paulo: “Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a bênção espiritual nos céus, em Cristo. Nele, Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor” (Efésios 1,3-4).
Assim como os pais “planejam” um filho e, por isso, o amam antes de ele existir, da mesma forma, antes da criação (fundação) do mundo, desde toda a eternidade, Deus me amou, Deus me quis!
Que fantástico!
Eu ainda não existia e Deus já me amava!
Um dia, do nada, Deus fez o mundo. Disse: “Faça-se”… e tudo foi feito.
O universo, os mundos, a Terra…, tudo apareceu, e os pés dos primeiros seres humanos pisaram o nosso planeta.
Os seres humanos eram semelhantes a Deus, eram imagens de Deus! Sim, como o salmista, encantado, diz: “Quando olho para o teu céu, obra de tuas mãos, vejo a lua e as estrelas que criaste: Que coisa é o ser humano, para dele te lembrares, o filho do homem, para o visitares? No entanto o fizeste só um pouco menor que um deus, de glória e de honra o coroaste” (Salmo 8,4-6).
O ser humano, pouco menor do que um deus!
Um ser quase divino.
Realmente, depois de criar o mundo com tudo o que ele contém, Deus disse: “Façamos o ser humano à nossa imagem e segundo a nossa semelhança” (Gênesis 1,26).
O ser humano – Homem e Mulher – parecidos com Deus.
Mais ainda: filhos e filhas do Deus Criador!
Hoje, a Terra acolhe quase sete bilhões de seres humanos.
Deus os conhece a todos, um por um.
Sabe seus nomes, sua origem, seus problemas, sua dor, seu futuro.
Deus os contempla, acompanha e ama.
Você é um deles!
Desde a criação do ser humano, passaram-se milhões, bilhões de anos…
Até que um dia…, fruto do amor de seus pais, você começou a existir, como uma semente.
Passados nove meses, você, amado desde antes da criação do mundo viu a luz do sol, abriu os olhos para as belezas do mundo, sorriu para sua mãe.
O tempo passou…
– Há quanto tempo você está no planeta Terra?
– O que você veio fazer aqui?
– O que fez até agora?
– O que pretende fazer no futuro?
– Já tentou responder estas perguntas?
A vida que o Criador lhe deu é como uma folha de papel em branco.
Os anos que correm é o tempo que você tem para nela escrever alguma coisa bem bonita.
Quando o seu tempo acabar (a morte), chegou a hora de devolver a Deus a página recebida.
– O que você terá redigido?
Alguns não escreveram nada: são os que viveram na vadiagem.
Outros só fizeram alguns rabiscos: são os que não querem nada com nada.
Há quem encheu a folha de borrões: são os que aprontaram malandragens da pesada.
Mas há também quem escreveu coisas bonitas: um poema, uma linda mensagem, uma carta de amor…
Assim é a vida: foi dada para fazer dela uma coisa bonita.
Minha vida não pode ser um borrão.
A vida é para ser bem usada, bem vivida.
– Para que?
Para tornar o mundo melhor, mais bonito.
Para alegrar os olhos de Deus.
Para ser útil aos outros, sobretudo aos mais pobres e sofredores.
Dom Bosco dizia: “O Senhor nos colocou no mundo para os outros”. Isso mesmo: para os outros!
Então:
– O que você fez da sua vida até agora?
– O que você escreveu na sua folha de papel?
– E se Deus a pedisse de volta, hoje?
Não faça como quem vai para a estação do trem e senta num banco…
Passa um trem, passa outro, um numa direção, outro noutra…
Passam muitos trens, o dia inteiro, para muitas direções, e o “passageiro” não toma nenhum…
Só fica vendo o trem “passar”…
Chega o fim do dia, não fez nada, não viajou, não foi a lugar algum.
Também não faça como quem embarca no primeiro trem que aparece.
Não pergunta para onde vai: simplesmente viaja.
Na última estação, se dá conta de que não era o que queria.
Mas, realmente, o que ele queria?
Ele não sabe o que queria!
A vida deve ser uma viagem com destino certo, no trem certo, na hora certa.
Sabendo o destino e querendo o caminho que leva até lá.
E, ao chegar, poder olhar para trás e sentir-se feliz!
Você veio ao mundo para cumprir uma tarefa, realizar uma missão, ser útil ao mundo e aos outros, dar glória a seu Criador e Pai.
O tempo é limitado.
Não perca tempo.
Decida, comece.
As opções são quase infinitas…
– Qual é então o “sentido” da vida?
É este: partilhá-la com os outros, como quem divide um pão.
Quem vive só para si, corre na contramão: um dia o acidente vai acontecer.
A vida deve ser de dentro para fora, não de fora para dentro.
Quem vive para si, rodopia sobre si mesmo como um pião, nunca sai do lugar…
Quem vive para os outros, “esparrama” vida em todas as direções: todos “se alimentam” dela, todos se alegram com ela.
Deus é o primeiro a bater palmas de alegria.
Buscar o “sentido” da própria vida é buscar a razão pela qual você está no mundo.
Pare um pouco e reflita:
Você é feito à imagem e semelhança do Criador.
Você tem todas as energias do seu corpo e da sua alma.
Você tem a liberdade, o maior dom que Deus lhe deu.
Você tem pela frente mil possibilidades.
– O que vai escolher?
Deus está olhando para você.
Ele, o mundo, a Terra inteira, todos esperam uma resposta e “torcem” pela sua felicidade.
– O que você vai dizer?
– O que vai fazer?
Dom Hilário Moser