“Uma mulher virtuosa, quem pode encontrá-la?
Minha primeira ideia para a escrita deste texto foi a lembrança da Palavra que diz: “Uma mulher virtuosa, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor. Confia nela o coração do seu marido, e jamais lhe faltará coisa alguma. Ela lhe proporciona o bem, nunca o mal, em todos os dias de sua vida (Pr 31,10-12).
Alguém já poderia contrapor: mas esta mulher é uma escrava, uma Amélia (lembra da música?). E eu respondo: não conseguimos admirar a mulher elogiada em Provérbios porque perdemos a capacidade de apreciar a beleza da mulher segundo o projeto de Deus.
Num fatídico dia, houve naquele jardim um diálogo definitivo entre a mulher e a serpente, e o resultado foi o pecado da desobediência. Dali surgiram a dor, a fadiga, o exílio, a morte, enfim. Arrastada para a infernal armadilha, a mulher e o homem se viram nus diante do seu Criador, enredados numa teia de acusações e por Deus responsabilizados pelo que acabavam de praticar, cuja herança venenosa afetaria a sua descendência.
O orgulho e a rebeldia, ainda no nosso tempo, parecem contaminar as verdades sobre o papel da mulher na sociedade. Onde está a virtude feminina? Então a mulher virtuosa é coisa do passado, de quando as mulheres eram submissas aos homens e apenas dedicadas à criação dos filhos e à manutenção da casa? Por que parece tão fora de contexto a mulher querer corresponder ao desígnio de Deus para a sua vida? Por que as relações familiares (entre os cônjuges e entre os filhos) são tão atacadas e, mesmo, hostilizadas?
Neste dia 8 de março se comemora o Dia Internacional da Mulher. Se formos pesquisar a história por trás desta data, vemos ler que as mulheres, organizadas em manifestações, greves, comitês, reivindicavam melhores condições de trabalho, mais direitos, mais espaço no seu protagonismo na sociedade. Para sermos honestos, ali estavam embutidos muitos outros interesses ideológicos, que não vêm ao caso agora.
Qual deve ser o nosso posicionamento? Preferimos adotar a postura que sempre foi a da verdadeira contribuição da mulher para a sociedade. Nos dias atuais, as mulheres avançaram muito no reconhecimento da sua capacidade intelectual e produtiva, na participação em profissões onde elas podem contribuir qualitativamente, na aquisição de respeito em carreiras onde a criatividade e o toque feminino podem fazer a diferença, na ascensão a cargos de chefia e de liderança, no comércio, na indústria, nas artes, nas mais variadas áreas antes só disponíveis aos homens.
Reconhecemos a participação positiva da mulher em tudo isso. O que gostaríamos de enfatizar aqui é que, de nenhum modo, a mulher será diminuída ou anulada se, em qualquer atividade em que atue, ela não se esquecer de que precisa, antes de tudo, ser uma mulher no desígnio de Deus. Se não, acontece o que se tem visto atualmente:
- Não é desígnio de Deus que a mulher seja desrespeitada e desrespeite o próprio corpo, templo e morada de Deus, no vestir, no comportar-se, nas relações entre os casais, no uso de bebidas ou drogas ou de quaisquer outros vícios que venham comprometer a sua saúde.
- Não é desígnio de Deus que a mulher entre em guerra contra o homem, vendo nele um adversário, alguém que precisa ser derrotado custe o que custar, uma ameaça sempre à espreita.
- Não é desígnio de Deus que a mulher, clamando direitos que ela não tem, reivindique propriedade sobre a vida de outro… sim, estamos falando do massacre de inocentes no ventre de suas mães, vítimas do egoísmo e da crueldade humana.
- Não é desígnio de Deus que a mulher seja doutrinada e manipulada pelas várias ideologias atuais, que lhe trarão, a médio e a longo prazos, feridas interiores difíceis de serem curadas.
Não queremos celebrar o Dia Internacional das Mulheres levantando bandeiras e gritando “slogans”. Queremos reconhecer a bravura das mulheres que cumprem dupla jornada de trabalho, e mesmo assim educam com amor e seriedade os filhos. Queremos celebrar o Dia das Mulheres todos os dias, agradecendo a Deus pela mãe, pela avó, pela tia, pela professora, pela enfermeira, pela médica, pela amiga. Por aquela presença feminina que deixa sempre uma pitada de doçura na vida da gente. Mulheres fortes, mulheres no desígnio de Deus, que fazem a diferença neste mundo. Mulheres discípulas da Virgem Maria, a cheia de virtudes!
Maria Helena Barbosa – Missionária da Comunidade Canção Nova na Frente de Missão em São José dos Campos/SP