Desde que tive minha experiência com Jesus, tudo mudou na minha vida. Descobrindo Jesus, eu pedi a Deus a graça de permanecer nos átrios do Senhor todos os dias de minha vida. Eu tinha medo de vacilar e olhava para Jesus e Nossa Senhora pedindo o dom da perseverança.
Eu era tímida, mas Deus foi me usando para estar à frente do grupo de oração e ajudar os outros jovens. Uma vez minha mãe me falou que eu ia acabar morando na igreja, daí eu pensei: “e se eu der toda minha vida para Deus?” E ali nascia minha vocação, a mulher que nascia para ser separada, não porque eu sou melhor, mas era vontade de Deus.
Comecei um caminho vocacional, a olhar aonde eu poderia servir a Deus. Daí eu conheci a Canção Nova, fiz meu caminho vocacional com a Canção Nova e estou aqui há 18 anos, hoje eu trabalho com as obras sociais. Minha consagração nasceu no seio materno de uma mãe que me concebeu e que cuidou de mim.
Doze anos de minha vida eu vivi como solteira na Canção Nova e hoje sou casada e tenho duas filhas.
Deus me fez resgatar na Canção Nova o ser filha. Por ser filha única foi muito difícil deixar meus pais. No meu quinto ano aqui na comunidade eu vivi um grande desafio, meu pai estava com leucemia com 64 anos de idade, e eu pensei o que fazer? Nesse tempo Deus me ensinou que precisava viver minha filiação com meus pais. Eu pedi para ir para casa para cuidar de meu pai, e monsenhor Jonas disse que me dava a bênção para eu cuidar do meu pai. E eu ia para casa e passava os dias necessários para cuidar dele.
Há filhos distantes de seus pais, e eu pergunto a você, como está seu amor pelos seus pais? O ser filho é um dom que Deus nos dá. O amparo que dei a meus pais influencia hoje no meu cuidado com minhas filhas.
Hoje, Dias das Mães, não é dia só de trocar presentes, hoje precisa ser o dia da sua reconciliação com sua mãe, com a graça que Deus lhe deu de ser filha. Perdoe sua mãe se por várias situações ela não pôde cuidar de você, mas ela preservou sua vida. Sirva a sua mãe, seja uma bênção para ela.
Quantas mães não foram amadas, por isso não amaram. Mesmo que você não tenha recebido dela o amor, Deus hoje te dá amor para você amar sua mãe. Mesmo que ela esteja no céu, dê a ela o perdão.
No tempo que Deus me ajudou a cuidar de meu pai e depois ele faleceu, eu não voltei para minha casa porque sabia de minha vocação. Conversando com monsenhor Jonas ele permitiu que eu morasse com minha mãe na comunidade. Eu cuidava da mãe e cuidava da minha vida missionária, nesse tempo a Canção Nova precisou contar mais comigo, ali eu via em mim a intensidade da mulher missionária, e Deus me deu a graça do equilíbrio.
Minha mãe tinha um coração muito machucado, e o amor dos irmãos de comunidade curou minha mãe, e eu sei que hoje ela está no céu. Para minha mãe era difícil partilhar a casa dela com a missão, mas foi isso que deu o céu para ela. Minha mãe sempre foi uma mulher de Deus, mas tinha muitos processos interiores que ela precisava tocar. Após 2 anos e 8 meses que meu pai tinha morrido minha mãe também faleceu.
Já imaginou se eu não tivesse cuidado dos meus pais? Deus me falou que a santidade de minha consagração dependia do acolhimento para com minha mãe. Não perca tempo, seja filho de verdade. Reconcilie com sua história.
Hoje eu vivo o desafio de ser mãe. Eu sou mãe, esposa, missionária, profissional, e preciso viver com equilíbrio todas as coisas. Eu preciso, cada dia mais, viver essa vocação de mulher que quer viver cheia do Espírito Santo. Hoje nós mulheres cobramos nossos filhos, mas não ficamos em casa o tempo que gostaríamos de estar, por isso devemos pedir a Nossa Senhora o equilíbrio. João Paulo II disse: “As mulheres iluminadas pelo Evangelho devem cuidar para que a humanidade não decaia”, precisamos do Espírito Santo para isso.
Como mulher, você precisa descobrir a sua identidade, olhe para Maria e faça a sua experiência. Com Maria estou aprendendo a ser mulher, mãe. É um desafio educar os filhos nos dias de hoje, eu não fico o dia todo dentro de casa, mas eu preciso ser zelosa.
Mães, sejam de fato mães. Seu sim à maternidade exige coerência. Eu preciso consagrar todos os dias minha maternidade a Nossa Senhora, senão vou ser daquelas mães que falam mal dos filhos que tem. A sua maternidade evangeliza? Dizer “não” para o filho não traumatiza, educa. Eu tenho dificuldade de organização pessoal, mas eu aprendi o quanto é importante a disciplina com as crianças, e eu preciso ser disciplinada com minhas filhas.
Tem muitas mães sofrendo porque não pediram ajuda celeste para a maternidade. Peça a Deus pelos seus filhos. Há muitos filhos que precisam rezar pelas mães que estão longe de Deus, rezem pelas suas mães, tudo pode ser mudado pela força da oração.Mãe, não esteja mais com esse sentimento de solidão, Deus confiou a você o dom da maternidade. E você que é mãe adotiva, Deus te capacita para essa missão, o amor te capacita, ele vai legitimar sua missão.
Silvia Helena
Comunidade Canção Nova