Dom Bosco e a devoção do Sagrado Coração

Dom Bosco teve uma grande devoção ao Sagrado Coração:

“Aqui adquire-se o verdadeiro calor – disse certa vez –, quero dizer: o amor de Deus; não só para si, mas para difundi-lo, compartilhando-o com as almas”.   Tal devoção se explicita na sua insistência sobre a frequente Confissão e Comunhão, e sobre a participação na Missa cotidiana, colunas que devem sustentar o edifício educativo e animar a prática do Sistema Preventivo.

 Pela grande devoção que tinha Dom Bosco, ele mesmo escreve, depois das revelações de Santa Margarida Alacoque:

Esta devoção foi adaptada por clérigos e leigos com um entusiasmo singular, já que ela correspondia a uma necessidade presente no coração”.

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Essa devoção de Dom Bosco é testemunhada, também, pelo P. Barberis (SDB), que escreveu:
“Era admirável a devoção de Dom Bosco ao Sagrado Coração de Jesus. Recomendava-a muito aos seus jovens…
Conta-nos a história que, um dia, o Papa Leão XIII reuniu os cardeais e disse-lhes: “Devemos prosseguir os trabalhos da construção da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, mas não temos condições financeiras e os recursos estão esgotados. Pergunto aos cardeais se têm alguma ideia a sugerir-me sobre isso, pois não podemos interromper tão grandiosa obra”.

Foi então que o cardeal Alimonda, de Turim, disse: “Santo Padre, tenho uma sugestão: confie essa empresa a Dom Bosco e eu asseguro que ele levará avante esse projeto”.

Mas Dom Bosco aceitará?” – perguntou o Papa. “Eu tenho certeza disso, pois conheço Dom Bosco e sei que um desejo do Papa será uma ordem para ele”. O Papa não perdeu tempo. Dom Bosco estava em Roma e, imediatamente, o Pontífice o chamou e confiou- lhe seu desejo. Dom Bosco voltou a Turim e reuniu o Capítulo da Congregação Salesiana (evento que convoca a todos da Congregação para, guiados pelo Espírito do Senhor, “conhecer, em determinado momento da história, a vontade de Deus para melhor servir à Igreja” – art. 146). O Capítulo foi contra a aceitação de tal incumbência, pois Dom Bosco estava idoso, doente e com acúmulo de compromissos e dívidas. Mas Dom Bosco fora categórico ao expor o pedido do Papa e mostrou-se desejoso de atendê-lo, pois sabia que não lhe faltariam recursos. Fez-se nova votação e todos os capitulares votaram a favor.

O seu I Sucessor, Bv. padre Miguel Rua, consagrou a Congregação Salesiana ao Sagrado Coração, em 31 de dezembro de 1899 e, nessa ocasião, fez chegar a todas as Casas uma “instrução” sobre essa Devoção.

 

O Coração de Jesus não é simplesmente um exemplo moral; mas é, graças ao encontro vivo com Ele, dom que buscar a fim de tornar o nosso coração semelhante ao Seu. A experiência transformante do amor de Deus – sobretudo hoje, em um mundo em que tantos jovens vivem sem futuro e tantas famílias estão prostradas por uma grave crise moral, cultural, econômica, social – é anúncio de esperança em meio às recorrentes tentações de desespero.
Fontes: Família Salesiana – InfANS