A Catedral Maronita no Brasil celebra a Festa de São Marun.
Domingo dia 19 de fevereiro teremos Santa Missa em honra a São Marun, no Rito Maronita, que será transmitida pela TV Canção Nova, às 11:30 h.
Rua Tamandaré 355, bairro Liberdade – SP. Acompanhe pela http://tv.cancaonova.com/.
A vida monástica na Igreja não se constituiu da noite para o dia; tampouco foi obra de um só homem: A vida monástica existiu desde o começo da Igreja. No fundo, é seguir a Cristo e o esforço constante de viver o Evangelho da maneira mais perfeita. Por isso que a vida monástica é chamada de “caminho da perfeição cristã”. Assim, das origens do cristianismo até nossos dias, encontramos número considerável de monges, eremitas, ascetas, que procuram viver o Evangelho. O monge Marun era apaixonado por Cristo, e tomado de entusiasmo pela perfeição cristã. Para atingir este ideal, renunciou ao mundo e às suas cobiças, e embrenhou-se numa das montanhas da diocese de Cyr, onde habitou nas ruínas de um antigo templo pagão, transformando-o em lugar de oração e meditação. Nessas montanhas, levou vida monástica mais austera que a de seus confrades, monges da região. Sua reputação logo atraiu ao seu redor todos os que, igualmente entusiasmados pela perfeição cristã, procuravam um modelo e um guia espiritual experiente. Destarte, seus discípulos foram muito numerosos e sua escola ascética, das mais prósperas. Muitas pessoas o visitaram no seu eremitério, solicitando a cura tanto das doenças corporais, quanto espirituais, e foram atendidos.
São Marun morreu no início do século V, e ao que tudo indica, no ano 410. Depois de morrer, seu corpo foi objeto de disputa entre os habitantes de diversas cidades da região, vistos os milagres que fazia. Cada uma queria para si o corpo daquele santo solitário; por fim, os habitantes do lugar mais povoado e o mais forte tornaram para si o corpo; depositaram-no em um templo construído especialmente para ele, e dedicado à sua memória. O santuário não tardou em transformar-se em local de peregrinação para os fiéis vindas de todas as regiões. No ano de 452, o Imperador Marciano mandou construir, para os discípulos deste santo, os monges maronitas, um grande mosteiro. Este mosteiro de São Marun foi o berço da Igreja Maronita.
Como se formou a Igreja Maronita?
No século VII, no momento em que o mosteiro de São Marun gozava dessa proeminência e testemunhava grande influência, os árabes invadiram o Oriente Médio. Resultou que a Sé patriarcal da Igreja oficial de Antioquia ficou desocupada por quase um século, pois o patriarca se refugiou em Constantinopla, e vaga durante quase quarenta anos. Foi neste período, consideravelmente perturbado pelos acontecimentos, e enquanto a Igreja oficial de Antioquia ‘encontrava-se sem um chefe, que o poderoso mosteiro de São Marun, tendo jurisdição sobre a população das vizinhanças do convento, declarou-se independente, e formou uma verdadeira Igreja, à testa da qual encontramos, no século VIII, um patriarca: “Patriarca de Antioquia e de todo o Oriente”. Até agora, a Igreja Maronita é considerada “comunidade monástica”.
A Igreja de Antioquia foi fundada por São Pedro, chefe dos Apóstolos, antes de ir a Roma. Por isso, só o patriarca maronita tem a prerrogativa de acrescentar a seu nome o de “Pedro”, em honra de São Pedro que foi o primeiro patriarca de Antioquia. Esta Igreja Antioquia tem a honra de ter como língua litúrgica o aramaico, a língua falada por Jesus Cristo, como tem a honra de ter sido a única Igreja Oriental que ficou sempre Católica Apostólica Romana, ligada ao Papa.
Em 423, após o litoral fenício-libanês ter sido cristianizado pelos Apóstolos, depois da ressurreição de Nosso Senhor, a montanha libanesa, que ficou até esta data pagã, foi evangelizada pelo discípulo de São Marun, o monge Abraão de Cyr, que foi nomeado pelos historiadores “Apóstolo do Líbano”. Batizou o povo desta região; e podemos dizer que a montanha libanesa, a partir desta data, foi cristianizada e, mesmo, “maronitizada”. É bem verdade que o Líbano, terra e povo, existia bem antes da chegada dos maronitas. Mas o Líbano atual, território e povo, não existiria, se os maronitas não estivessem lá. Pos isso que se diz muitas vezes, e com justiça, que “O Líbano e a Maronidade são duas realidades gêmeas”.
Oração para São Marun
Ó Deus, que suscitastes São Marun e fizestes dele um modelo de virtudes, concedei-nos, pela sua intercessão: compreender a nossa vocação cristã para uma vida de fé inabalável, de esperança firme e de amor perfeito; seguir pelo caminho da perfeição cristã e salvação; e chegar, por uma vida de oração e contemplação, às alegrias de Vosso Reino. Por Nosso Jesus Cristo Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo! Amém. Pai Nosso…Ave Maria…Glória…
São Marun, rogai por nós!
Fonte: Memórias do Líbano