Como muitas pessoas no nosso país, eu fui educado na fé católica. Fiz primeira comunhão e aos poucos fui me afastando da Igreja, e consequentemente, de Deus.
Voltei para o Senhor através de uma família, que me acolheu com muita amizade e anunciou o amor de Deus por mim.
A primeira pessoa que teve coragem de conversar comigo para falar de Deus, foi o sr. Benedito, carinhosamente conhecido como, o Ditão. Ele era o pai desta família. Um homem simples e muito bom. Um dia eu estava na casa deles, sentado na sala assistindo TV, há uns 20 anos atrás, ele “puxou” conversa comigo, fazendo o que fazia com freqüência. Testemunhou com simplicidade, como Deus o havia livrado de um acidente naquele dia.
Seu Ditão vendia ferramentas, trabalhava de carro pelas ruas, passando por oficinas e oferecendo seus produtos. Quem conhece o trânsito da grande São Paulo sabe como é perigoso. Naquele dia, ele contou que passou em um buraco enorme, que certamente a roda do carro entraria inteira, mas que ele passou ileso. E acrescentou: “Tenho certeza que foram os anjinhos do céu que seguraram a roda do meu carro e não deixaram que eu caísse naquele buraco, senão, nem sei o que teria acontecido”.
Na época, eu incrédulo e arrogante, só acreditava em coisas místicas, espíritas, esotéricas; achei aquilo “bonitinho”. Mal sabia eu, que por trás de tanta singeleza, havia uma demonstração de fé encarnada, vivida no dia a dia. Uma fé legítima.
Pouco a pouco, o Ditão foi me conquistando, para si e para Deus, e hoje, sou um consagrado ao Senhor, graças a sua coragem de falar de Deus, mesmo a quem não desse muita atenção.
Desejamos que pessoas que amamos e que estão longe do Senhor, conheçam a Deus e tenham com Ele a experiência que um dia tivemos que muitas vezes, por desejarmos tanto isso, procuramos maneiras de “falar de Deus” a elas. Procuramos uma forma que as impressione. Isto é um engano. Não há melhor maneira de falar de Jesus para pessoas “afastadas”, do que dizer o que Ele faz por nós e em nós, todos os dias. Foi assim que o Ditão abriu a porta, por onde Deus entrou e mudou toda a minha vida.
Hoje sepultamos o Ditão, fomos nós que o entregamos para Deus… Deixo aqui a minha homenagem a ele: “Ditão, obrigado por seu exemplo, seus ensinamentos, sua simplicidade e sua coragem. Quero continuar assim, seguindo Jesus, para que nos encontremos no céu e possamos conversar um pouco mais, partilhando histórias do que Deus fez em nossas vidas”.
Um forte abraço,
Renato Tarallo
Comunidade de Aliança Canção Nova