Os pequenos gestos salvam vidas

Desde criança, me encantava em observar as pequenas coisas, aquilo que ninguém conseguiria enxergar; em observar as rosas do jardim da escola na qual estudei durante a infância. É assim que muitas vezes Deus se manifestava em minha vida, e talvez também se manifeste na sua. Mas, por não observarmos as pequenas coisas, Ele pode passar sem ser notado.
Meu pai tinha o hábito de ir todas as noites ao quarto de cada um dos seus filhos e, num gesto, cobri-los e beija-los. Algo que ficou muito forte em mim daquele homem: todas as noites, num simples gesto em sua cama, ele juntava as mãos e fazia um momento de agradecimento a Deus pelo seu dia. Ele tinha o dom de nos conhecer sem que precisássemos falar… Parecia que ele sabia o que pensávamos. Este era meu pai: simples, discreto e concreto nas suas atitudes. Deixamos sempre algo bom para as pessoas que estão à nossa volta. O que você tem deixado?
Escutar, muitas vezes, é sair de si para estar por inteiro para o outro, é uma atitude ativa que fazemos para o outro.
Na nossa vida existem momentos, situações, gestos, que são muitas vezes a voz e a ação de Deus: “estas, sim, são as pequenas coisas”. É necessário estar atento, pois elas são as respostas para a felicidade.
Descobrir o outro é um encanto que se renova a cada dia, é uma fascinante viagem de descobertas na qual, muitas vezes, não sabemos o que vamos encontrar. É preciso estar sempre atento às pequenas coisas; as vezes, elas são as respostas que tanto buscamos. Sem dúvida, é uma grande aventura! A pessoa que está ao nosso lado nos fala de diversas maneiras: num olhar, num sorriso, nas lágrimas… Estas podem ser formas de um pedido de socorro ou de um gesto de amor. Nunca pense que conhece totalmente o outro. Ele sempre terá algo a revelar.
Nos últimos dias, ficamos chocados com as notícias que chegaram a nós, entre elas, a da passagem da tempestade tropical “Ketsana”, que provocou a maior inundação das Filipinas nos últimos 50 anos. Milhares ficaram feridos e mais de 1,8 milhões de famílias desabrigadas. Não muito longe de nós, no Rio de Janeiro, a guerra entre traficantes e militares deixam rastros de dezenas de vítimas, sinais de violência, de medo e destruição. Diante destes fatos, quase sempre sobrevêm em nós o sentimento de querer estar próximos a estes que sofrem e de querer fazer algo por eles. O discípulo de Jesus tem uma sede profunda de comunicar à pessoa ferida uma esperança nova, e muito mais do que isso: de comunicar a salvação. E ela só pode vir através de um amor verdadeiro e de uma autêntica compaixão.
Não imponha pela força sua mensagem de amor. Não espere estar em uma situação de catástrofe ou de risco à vida, que exija de você atos de heroísmo, para salvar uma vida. Esteja atento: alguém pode estar falando e gritando ao seu lado, pedindo simplesmente a sua atenção… Não vá ao outro com o senso do dever. É preciso estar aberto, compreender, ouvir, tocar, partilhar, crescer junto na liberdade de expressão e no amor.
Não sei quem você precisa amar hoje, mas, seja concreto. Talvez você só tenha esta oportunidade de dizer: “EU TE AMO”.
Mais do que tudo, a minha e a sua missão é salvar vidas. Somos salva-vidas!
Quem você precisa salvar hoje? Se encante novamente com os pequenos, mas… grandes gestos!

Deus Abençoe Você,
Ítalo Magno
Vanessa Lacquaneti
Missionários Com. Canção Nova – São Paulo