Há uma sede de plenitude presente em cada homem, muitas vezes não entendida, pois mesmo os sonhos mais profundos do coração se realizam, são insuficientes para nos tornar verdadeiramente preenchidos. Enfim, neste mundo onde quer que estejamos sempre necessitamos de entrar no deserto para saciar este anseio profundo, presente em cada um de nós. Neste artigo convido você a entrar na experiência do deserto da Judéia, o mesmo lugar onde Jesus passou quarenta dias antes de iniciar sua vida pública.
Nesta quaresma, como está o Deserto da Judéia?
Estamos em tempo de chuva, é inverno em Israel. O deserto não é arenoso, mas formado por terra e pedra. Nesse período ele também começa a ficar verdejante por causa da chuva que recebe. O clima está mais fresco comparado as outras regiões da Judéia onde a temperatura é mais baixa. O silêncio é grande, se escuta somente o barulho do vento e dos próprios passos sobre as pedras. A visão é de terra e montanhas de baixo porte. A beleza enche o coração de quem contempla a vida nascer onde antes, sem a chuva, não havia quase nada.
Esse foi o solo no qual Jesus esteve durante quarenta dias onde “era conduzido pelo Espírito e tentado pelo diabo” (Lc 4,1). Neste versículo se destacam duas coisas importantes, por um lado Jesus fazia a experiência de uma intimidade profunda com o Pai, por outro, uma experiência profunda da condição humana que neste mundo vive em meio às tentações do dia a dia.
A superação das tentações nos leva a sermos mais humanos e por conseqüência nos leva a estar mais próximos de Deus. Portanto, se nos unirmos a Deus em meio as provas em que nos encontramos, a sede de plenitude permanecerá, porém o sentimento de vazio desaparecerá, pois a presença de Deus o preencherá cada vez mais, e assim a paz, a segurança interior será o fruto dessa luta contra o mal.
O verde sobre as pedras demonstra que a força da vida dada pela água, é capaz de superar qualquer obstáculo que o solo ou clima possa colocar. Quanto mais vida e beleza o Espírito Santo não poderá fazer naqueles que na dureza do dia a dia se deixarem conduzir por ele?
“até que se derrame sobre nós o espírito lá do alto, e o deserto se torne em campo fértil, e o campo fértil seja reputado por um bosque. Então o juízo habitará no deserto, e a justiça morará no campo fértil. E a obra da justiça será paz; e o efeito da justiça será sossego e segurança para sempre. O meu povo habitará em morada de paz, em moradas bem seguras, e em lugares quietos de descanso”. Is 32,15
O Papa Bento XVI nos chama a fazer dessa quaresma o nosso retiro espiritual de quarenta dias, assim como fez Jesus, o deserto para nos encontrar com Deus é o nosso próprio interior.
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