Os “Carmelitas” ou a “Ordem do Carmo” festejam neste ano a aprovação dos 800 anos de sua regra. O Monte Carmelo, lugar venerado na Terra Santa pelas três religiões monoteístas por causa do profeta Elias, que nele viveu, foi o local de sua origem.
No norte de Israel, na cidade de Haifa, uma das principais cidades do país, está o Monte Carmelo. A bela cidade, localizada às margens do Mar Mediterrâneo, recebe todos os dias peregrinos do mundo inteiro, vindos para venerar um dos santos mais populares da Terra Santa, o profeta Elias.
Alguns episódios da vida do profeta são narrados no Antigo Testamento, como o orar pedindo a chuva após um longo período de seca e o sacrifício dos profetas de Baal. A vida de intensa intimidade com Deus, por meio da oração e do silêncio vividos por ele [Elias], motivou o início da Ordem.
Entre 1153 e 1159, Bertoldo, por inspiração do profeta Elias, dirige-se ao Monte Carmelo – onde, com o auxílio do seu primo, o Patriarca D. Aimerico de Antioquia, construiu uma pequena capela perto da gruta de Elias. Aos poucos, crescia o número de eremitas, os quais se espalharam por todo o local, vivendo separados uns dos outros em pequenas cavernas, procurando assim imitar o grande profeta. Provavelmente em 1209, Alberto, Patriarca de Jerusalém, dá-lhes uma forma de viver, concreta, escrita, reunindo-os perto da fonte de Elias.
A regra de vida dos Carmelitas foi instrumento de santificação para muitos homens e mulheres na Igreja. O Papa Bento XVI, em sua mensagem ao Prior Geral da Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, destacou a motivação primeira da espiritualidade carmelitana:
“Os primeiros Carmelitas estabeleceram-se no Monte Carmelo porque acreditavam no amor de Deus, o qual amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho único (cf. Jo 3, 16). Ao acolher o domínio de Cristo sobre as suas vidas, eles tornaram-se disponíveis a ser transformados pelo Seu amor. É esta a escolha de fundo diante da qual está colocado cada cristão”.