Neste mês de outubro, um olhar especial da Igreja sobre os jovens.
Do dia 03 ao dia 28, bispos e jovens de diversos países estarão com o Papa Francisco no Vaticano no Sínodo dos Bispos, cujo tema será “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Um dos participantes é o arcebispo Greco-Católico Melquita de Acre, Dom Georges Bacouni, representante da maior comunidade cristã na Terra Santa. Ele explica como este tema é muito atual, pois os jovens já são o presente da Igreja. Além disso, destaca os desafios do jovem no mundo de hoje.
Dom Georges Bacouni
Dom Georges Bacouni
“’Nós somos o agora. Nós queremos fazer algo agora’, é o que esperam os jovens. Este é um grande desafio com as mudanças ocorridas no mundo atual. Não apenas a globalização, mas a quantidade de informação que cada um absorve todos os dias, como também teorias, filosofias, religiões… tudo ao mesmo tempo e, às vezes, o jovem se perde. Às vezes, devido a um problema dentro da Igreja, não se encontram dentro da Igreja com suas tradições, as boas tradições, as tradições sagradas… Mas, ao mesmo tempo, a juventude não encontra a si mesma. (..)Precisamos lidar e dar uma enorme importância aos jovens. Não apenas fazendo o sínodo, mas dando-lhes um papel e confiando-lhes a missão.”
Sobre a realidade dos jovens cristãos na Terra Santa, o arcebispo comenta sobre os árabes locais e os estrangeiros, vindos da Europa, Ásia ou África, que vieram morar ou trabalhar. Uma parte ainda estaria engajada na Igreja e outros que não se sentem mais atraídos. Contudo, devido às particularidades da Terra Santa, todos precisam estar ligados a alguma religião a fim de serem registrados pelo governo.
Dom Georges Bacouni
“Estou, digamos, em contato próximo com muitos jovens e, mesmo que queiram ser mais para Cristo, os desafios são muitos. Eles enfrentam uma sociedade que não respeita mais os valores cristãos, como também na Europa, América e até mesmo no Líbano. Está se tornando cada vez mais difícil viver a vida cristã se você não está convencido a seguir a Jesus, amar a Jesus e carregar… para segurar sua cruz. (…) Mas a coisa mais importante é que a Igreja deve ir aos jovens onde eles estão, na escola, nas universidades, clubes, no esporte. Temos que ir lá. Não devemos ficar em nossas igrejas ou atrás de nossas mesas e esperar por eles, porque não virão. Eles não precisam mais de homilias e palestras. Eles têm o suficiente. Eles abrem o YouTube e veem tudo no YouTube. O que eles precisam ver no clero, em suas famílias, em seus pais e em seus amigos são pessoas que não apenas falam sobre Jesus, mas vivem em seu cotidiano o cristianismo, especialmente respeitando os valores. (…) É muito importante para nós bispos e cardeais estarmos juntos, mas precisamos da voz dos jovens, para ouvi-los cuidadosamente e discernir os sinais do tempo e para conhecer e ter coragem de mudar. (…) Esta é minha expectativa pessoal. Eu quero ver pastores e não administradores.”
O Sínodo dos Bispos foi instituído pelo Papa Paulo VI em 1965. De lá para cá diversos temas de grande importância foram debatidos e geraram documentos papais. O último deles foi publicado em 2016: a Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, sobre o amor na família. O Sínodo deste ano pretende firmar bases para a sociedade atual. Sua proposta é acompanhar os jovens em seu caminho existencial para a maturidade. O objetivo é que, através de um processo de discernimento, eles possam descobrir seu projeto de vida e realizá-lo com alegria, abrindo-se ao encontro com Deus e os homens.
Rezemos por todos os jovens para que eles sejam luz neste mundo e sejam fieis ao chamado de Deus.
Deus te abençoe!