Mal nos despedimos de 2022 e já entramos em fevereiro de 2023. Não temos tempo a perder! Qual é a voz de Deus em meio a tantas vozes? O que devo fazer agora? E o que pode esperar e ficar para depois? Há aqueles que têm se mantido fiéis às metas traçadas para o ano novo. Mas não seria surpresa encontrar quem já tenha até esquecido que havia feito o compromisso de começar a correr ou parar de comer açúcar no início do ano.
Lembro-me que em determinado ano eu fiz uma lista de leitura para todo o ano. Inclusive a lista incluía alguns livros que deveriam ser lidos em cada mês! Não cheguei nem perto de “bater a meta” da lista. Alguns livros ficaram para trás. Novos títulos apareceram e aquela leitura que eu achei que fosse ser rápida se arrastou por meses.
Os meus projetos são os de Deus?
É comum fazermos projetos de vida, estabelecermos metas e desafios — e é bom que façamos isso —, porque queremos alguma segurança em relação ao futuro. É um tanto tranquilizador se imaginar daqui a dez meses sentado numa poltrona lendo Tolstoi ou cruzando a linha de chegada de uma meia maratona. Isso implica que eu estarei vivo — e o que mais queremos do que viver, não é mesmo?
Muito tempo atrás, uma bela jovem estava com sua vida bem planejada. Prometida em casamento com um homem justo, é de se supor como ela imaginava seu futuro: cuidando da casa, acolhendo os filhos que Deus lhe enviasse ou preparando uma refeição numa data especial. Nenhum dos cenários que ela possa ter vislumbrado em sua mente tenha sequer se aproximado minimamente do modo como as coisas realmente aconteceram depois.
Um anjo a visitou, Ela concebeu pela ação do Espírito Santo e tornou-se a Mãe de Deus. Seu Filho, Jesus, nasceu entre os animais. Desde então ela viveu com uma espada de dor transpassando seu coração. Quantas vozes! A fuga para o Egito, a perseguição, a perda do menino no templo, a angústia de vê-lo ser falsamente acusado, injustamente condenado, violentamente flagelado e assassinado numa Cruz.
Perguntar é duvidar de Deus?
Qual é a Voz de Deus em meio a tantas vozes? Será que isso passou pelo coração de Maria em meio a todos os acontecimentos de sua vida? Muitas vezes é preciso silenciar o coração e perguntar para si mesmo: qual é a Voz de Deus em meio a tantas vozes? Qual é a Sua Vontade neste momento da minha vida? Qual é a melhor decisão a tomar? Mas, Maria meus irmãos, apesar de tudo ocorrer em sua vida, conforme Ela NÃO planejou…
Apesar de tudo isso, não há quem imagine que Maria tenha lamentado que seus projetos não se realizaram como ela imaginara. Pelo contrário, decerto ela amou tudo o que lhe aconteceu, porque foi assim que Deus quis. Ainda que ela fizesse planos – e deveria fazê-los – ela nunca perdeu de vista que era a Vontade de Deus que precisava prevalecer em sua vida, em sua família. Nossa Senhora abandonou-se à Vontade de Deus, aniquilou a própria vontade sem nenhuma dúvida, sem titubear, sem fazer cálculos humanos:
“Se Deus assim quer, assim seja feito. Se é esta a Vontade de Deus, é isto que eu amo, é isto que eu escolho, é isto que eu abraço até as últimas consequências”.
A oração nos sintoniza com a voz de Deus
Maria perguntou sim! Mas, a sua pergunta tinha um teor de entrega e disponibilidade. Maria tinha intimidade com o Senhor e por isso, ouvia e reconhecia a Voz de Deus, mesmo em meio às vozes do seu coração, dos seus projetos de casamento, às dores que lhe transpassaram o coração… Quantas vozes! Mas, a Deus prevaleceu!
Os santos aprenderam essa lição olhando para Maria e para Jesus, de quem Maria tudo aprendeu: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja feita!” Também nós devemos fazer esse exercício: em tudo, nas coisas grandes e pequenas, nas decisões fáceis e difíceis, nos problemas simples e complexos, que não seja feita a minha vontade, mas a vontade de Deus.
Qual é a voz de Deus em meio a tantas vozes?
Sim! Qual é a voz de Deus em meio a tantas vozes? Devemos nos perguntar! Não podemos viver assim… Como aquela música: “deixa a vida me levar… vida leva eu…” Que fique bem claro que isso não é desculpa para não planejar a própria vida! Não se trata de viver de qualquer maneira, esperando que a vontade de Deus se manifeste de maneira mágica na sua vida, resolvendo seus problemas.
Pelo contrário, é fazer tudo o que estiver ao seu alcance em cada dimensão da sua vida: social, pessoal, cultural, afetiva, profissional, intelectual. O que não podemos perder de vista é que todas essas dimensões precisam ser “reguladas” pela dimensão espiritual. É o nosso relacionamento com Deus que dá sentido à nossa vida social, profissional, aos nossos relacionamentos, enfim, a tudo.
O que não pode faltar no meu 2023?
Quantas pessoas chegaram ao fim de 2022 aos gritos de “acaba!” ou de “já vai tarde”, porque isto ou aquilo não ocorreu conforme o planejamento? Não foram poucos. Talvez muitos deles já se antecipem, “determinando” que 2023 será um ano até pior, por esse ou aquele motivo.
Quer uma boa meta para o ano de 2023? Tudo bem que janeiro já está acabando, mas este é um projeto de vida que pode mudar radicalmente a sua vida. Não é nada complexo, são apenas três linhas, nas quais São Josemaria Escrivá nos ensina como rezar a cada dia, a cada instante, em cada fato, assim como Nossa Senhora fez:
“Renova em cada dia o desejo eficaz de aniquilar-te, de abnegar-te, de esquecer-te de ti mesmo, de caminhar com uma vida nova, trocando esta nossa miséria por toda a grandeza oculta e eterna de Deus” (Forja, 97).
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José Leonardo Ribeiro Nascimento
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