“Uma oração simples vivida ao ritmo da vida em meio ao trabalho santificado.”
A Cruz Sagrada seja minha luz!
Mas, o que isso tem haver com São Bento? No dia de 11 julho comemoramos o dia de São Bento, um jovem que foi chamado por Deus para uma vida de intensa oração e trabalho.
Paróquia São Bento – Morumbi/SP
São Bento, irmão gêmeo de Santa Escolástica, nasceu no ano de 480 na Itália, numa província chamada Núrsia. Sua família tinha uma sólida formação cristã. Para terminar seus estudos, os pais mandaram-no a Roma. Mas o jovem desgostou-se do ambiente imoral que encontrou na capital do Império.
O CHAMADO DE SÃO BENTO
Diante dessa realidade, renunciou aos estudos e foi viver retirado em uma gruta, num penhasco, quase inacessível, denominada Subiaco. Ali viveu em oração e meditação durante 3 anos.
Um monge eremita, que vivia um pouco mais acima do penhasco, quando o viu, passou a alimentá-lo através de uma corda. Outras vezes, milagrosamente, um corvo trazia-lhe pão.
Com o tempo, algumas pessoas passaram a procurá-lo para se tornarem seus discípulos. Queriam viver seu mesmo estilo de vida. Em pouco tempo, Bento precisou construir 12 mosteiros. Mais tarde, Bento e seus monges se transferiram para o alto de Monte Cassino, bem mais ao sul da Itália. Ali perto, na parte baixa do monte construiu um mosteiro para sua irmã gêmea Escolástica e suas discípulas.
Seu lema principal foi: “Ora et labota”, ou seja, reza e trabalha.
A vida dos discípulos de São Bento deve consistir basicamente na oração e no trabalho.
MEDALHA DE SÃO BENTO
Na medalha de São Bento há representação de uma cruz e, entre seus braços, estão gravadas as letras C S P B, cujo significado é, do latim: Crux Sancti Patris Benedicti – “Cruz do Santo Pai Bento”.
Paróquia S. Bento – Morumbi/SP
Na haste vertical da cruz lêem-se as iniciais C S S M L: Crux Sacra Sit Mihi Lux – “A cruz sagrada seja minha luz”. Na haste horizontal lêem-se as iniciais N D S M D: Non Draco Sit Mihi Dux – “Não seja o dragão meu guia”. No alto da cruz está gravada a palavra PAX (“Paz”), que é lema da Ordem de São Bento. Às vezes, PAX é substituído pelo monograma de Cristo: I H S.
À partir da direita de PAX estão as iniciais: V R S N S M V: Vade Retro Sátana Nunquam Suade Mihi Vana – “Retira-te, satanás, nunca me aconselhes coisas vãs!” e S M Q L I V B: Sunt Mala Quae Libas Ipse Venena Bibas – “É mau o que me ofereces, bebe tu mesmo os teus venenos!”.
Nas costas da medalha está São Bento, segurando na mão esquerda o livro da Regra que escreveu para os monges e, na outra mão, a cruz. Ao redor do Santo lê-se a seguinte jaculatória ou prece: EIUS – IN – OBITU – NRO – PRAESENTIA – MUNIAMUR – “Sejamos confortados pela presença de São Bento na hora de nossa morte”.
É representada também a imagem de um cálice, do qual sai uma serpente e um corvo com um pedaço de pão no bico, lembrando as duas tentativas de envenenamento, das quais São Bento saiu milagrosamente ileso.
Pequeno exorcismo da medalha de São Bento:
A Cruz Sagrada seja minha luz,
Não seja o dragão meu guia.
Retira-te, satanás, nunca me aconselhes coisas vãs.
É mau o que ofereces, bebe tu mesmo os teus venenos. Amém.
A ORAÇÃO AO RITMO DA VIDA
Uma oração simples vivida ao ritmo da vida em meio ao trabalho santificado. Na Canção Nova também vivemos a espiritualidade da oração e do trabalho, mas de forma diversa da espiritualidade monástica, ou seja, a forma de vida dos mosteiros fundados por São Bento. Em nossa comunidade nós vivemos a espiritualidade da “oração ao ritmo da vida”. É aquela atitude orante, que perpassa todo o nosso dia e a nossa atividade. É a oração que brota espontânea daquilo que vivemos em cada momento. Oramos buscando luzes, inspiração para o que temos que fazer.
Escutamos para saber os desejos, as ordens, os propósitos de Deus. Pedimos a Sua orientação, a Sua guia. Reclamamos a Sua presença, a Sua intervenção nos momentos difíceis, nas decisões complicadas. Rogamos buscando força, coragem. Gritamos por Ele nas horas duras, nos momentos de desânimo, nas situações críticas. Pedimos perdão pelas desatenções, pelos erros. Arrependemo-nos das infidelidades, dos medos, das resistências. Estouramos de alegria nas horas de sucesso, nas intervenções de Deus no nosso dia-a-dia de trabalho. Rezamos pelos outros, por aqueles com quem e para quem trabalhamos, pelos muitos que nos pedem, por aqueles que atendemos ao telefone, para quem escrevemos uma carta, enviamos uma encomenda. Enfim, é um contínuo diálogo com Aquele com quem vivemos e para quem trabalhamos.
Esse diálogo é oração.
A “oração ao ritmo da vida” está intimamente ligada ao nosso “trabalho santificado”. É uma consequência dele e faz com que ele seja realmente “santificado”. A “oração ao ritmo da vida” e o “trabalho santificado” são duas faces essenciais da nossa espiritualidade.
O valor do silêncio no discernimento vocacional
E você? Já parou para pensar que também pode estar sendo atraído para uma vida de oração simples vivida ao ritmo da vida em meio ao trabalho santificado? Vocação é iniciativa de Deus, é mistério, é graça, é experiência de encontro com Jesus, é fascínio e alegria, é sensibilidade ao apelo que brota no seu coração e transborda para sua vida, é inconformidade, é resposta pessoal, é missão. Em 2023 a Igreja do Brasil vivenciará o Ano Vocacional. Leia mais: 2023: Ano Vocacional no Brasil
Se você deseja fazer um discernimento vocacional nos escreva: vocacional@comunidadecancaonova.com
Peça a São Bento que te ajude a descobrir a sua vocação.
São Bento, rogai por nós!
Fonte: Paróquia São Bento – Morumbi/SP e “Oração ao ritmo da vida” – Nossos Documentos nº 850 a 855
