Pentecostes é para mim e para você

Pentecostes é para mim. Pentecostes é para você. Esta é a hora de Deus para mim e para você, porque todos nós precisamos ser batizados no Espírito Santo. No início dos anos 2000, Monsenhor Jonas escreveu um livro “Espírito sopra onde quer“, onde dizia: “O mundo está tão perturbado que, hoje, ou você é de Deus ou se perece com esse mundo que está desabando. Agora, é a hora do Espírito Santo. Nestes tempos, ou você é cheio do Espírito Santo e suporta a pressão desse mundo que desaba ou então vai desabar com ele”.

Todos precisam ser batizados no Espírito Santo

Não sei se você que está lendo agora era nascido neste tempo, mas veja como isso que ele escreveu é atual! Estamos vivendo uma das maiores revoluções vividas pela humanidade, considerada as revoluções gêmeas, ou seja, a revolução da tecnologia da informação e da biotecnologia. Sem falar da pluralidade de sistemas políticos, culturas, tradições, concepções filosóficas, éticas e crenças religiosas que vemos no mundo. De verdade, parece que o mundo está desabando.

“Se Deus tem derramado seu Espírito nesses tempos é porque a humanidade está sedenta: ou se abre para o derramamento do Espírito Santo e aguenta o redemoinho que o mundo está enfrentando, ou então ruirá como uma casa construída na areia. No momento atual e nos tempos difíceis que se aproximam, necessitamos do poder do Espírito Santo para continuar a testemunhar Jesus e não arrefecer”. (Livro Espírito sopra onde quer” de Monsenhor Jonas Abib)

“A Palavra de Deus nos mostra: logo depois que o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos em Pentecostes, Pedro vai à frente e prega com ousadia. Deus precisa de milhares de pessoas cheias do Espírito Santo, em todos os lugares, porque essa é a única maneira do nosso povo ser transformado: a partir de homens e mulheres cheios do Espírito Santo.” (Livro Espírito sopra onde quer” de Monsenhor Jonas Abib)

Como foi o seu Pentecostes?

Lembro-me quando vivi a experiência do batismo no Espírito Santo. Fui convidada pela equipe da RCC para servir (ajudar) num encontro para músicos em minha cidade, Londrina/PR. O pregador do encontro era Eugênio Jorge. O meu serviço no encontro seria muito simples: montar a banca de doces e vendê-los nos intervalos.

Como era de costume, nos intervalos ficava ali, na banquinha de doces, e assim que começava a programação dentro da sala de palestras, eu também entrava para participar. Aquele encontro era especial para mim, pois também sou musicista. Tocava, cantava e animava no Grupo de Oração. A noite do sábado sempre era muito aguardada nestes encontros, pois era o momento em que nos reuníamos na Capela para Adoração.

Casa de Retiros Emaús – Arquidiocese de Londrina/PR

Estavam todos reunidos em oração

Não podíamos imaginar como seria aquela noite. Emociono-me todas as vezes que me lembro. Todos os participantes e também a equipe de serviço estavam na Capela para Adoração. Começamos a cantar e a clamar o Espírito Santo. O Senhor inspirou um canto. Todos nós orávamos no Espírito e cantávamos um refrão: “Vem, Espírito Santo!”. E, assim, sucessivamente, cantamos por horas…

Quanto mais cantávamos, mais sentíamos uma alegria e um desejo forte de Deus. Como uma fogueira, aquele canto aquecia os nossos corações. Fazia-nos cantar com mais força e vibração. Cantávamos no Espírito e, juntos, repetíamos o refrão: “Vem, Espírito Santo”. Era como um coral regido pelo Espírito. O canto nos envolvia e fazia vibrar dentro de nós.

Uma canção nova

De repente, o canto foi cessando e o silêncio foi tomando conta da capela. E uma voz feminina começou a entoar um cântico inspirado pelo Espírito. Ela cantou e também silenciou. Então, alguém tomou a Palavra de Deus e começou a proclamar um trecho do Evangelho de São João (Jo. 3, 3-8): “Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus. Nicodemos perguntou: Como pode alguém nascer, se já é velho? Ele poderá entrar uma segunda vez no ventre de sua mãe para nascer? Jesus respondeu: Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, o que nasceu do Espírito é Espírito. Não te admires do que eu disse: É necessário para vós nascer do alto. O vento sopra onde quer e você ouve o ruído, mas não sabes de onde vem e nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito”.

Um cântico novo inspirado pelo Espírito

Depois de proclamada a Palavra, a mesma voz feminina trouxe a interpretação do cântico inspirado: “Em verdade, em verdade te digo, quem não nascer de novo, não poderá ver o reino de Deus”. “Em verdade, em verdade te digo, quem não renascer da água e do espírito, não entrará no Reino de Deus. O vento sopra aonde quer… Você ouve o ruído, mas não sabe de onde vem nem pra onde vai… Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito”…

Hoje, temos a canção que todos (ou pelo menos a maioria das pessoas) conhecem. Mas aquela noite não acabou ali. Continuamos cantando e rezando madrugada adentro. O Senhor derramou muitos outros dons de cura, reconciliação… E dançamos na presença de Deus, repousamos no Senhor, louvamos, adoramos. Eu creio que todos que estavam nesta vigília foram batizados no Espírito Santo.

O Espírito sopra onde quer

Depois daquele final de semana, a minha vida ganhou um novo rumo. Havia um fogo dentro de mim, do próprio Espírito Santo, que me impulsionava a querer levar a mesma experiência para outras pessoas. Nasceu no meu coração um forte ardor de evangelizar, testemunhar Jesus. Um desejo de conhecer a Palavra de Deus. Passei a fazer o estudo da Palavra todos os dias. Fiz um pequeno altar com a Imagem de Nossa Senhora, uma vela e um crucifixo, na cabeceira da minha cama, e todos os dias tinha um horário de oração.

Comecei a ter um relacionamento de filha com a Virgem Maria. Em Londrina, tem o Santuário da Mãe Rainha, e o Santíssimo fica exposto para adoração todos os dias. Então, passei a ir ao Santuário, e tinha ali o meu momento de adoração e de oração com a Mãe. Participava da Missa todos os dias. Confessava-me. Cheguei até a pensar que o Senhor me chamava para ser uma leiga consagrada como as Irmãs do Movimento de Schoenstatt.

Tudo isso porque, depois daquele sábado, trazia uma certeza no meu coração: minha vida tem um propósito maior que uma carreira profissional. Os meus amigos do Grupo de Jovens estavam estudando na UEL (Universidade Estadual de Londrina) e também me preparava para entrar. Todos buscavam uma profissão e, até naquele momento, eu também. Não era uma coisa ruim, pelo contrário, sempre estudei e trabalhei bastante para alcançar esses objetivos. Foram os valores ensinados pela minha família, o padrão de vida que os meus pais e também eu desejávamos: cursos que deveria realizar, profissão, cargos, posição, emprego…

Como vou testemunhar?

Mas Deus me chamava para algo mais, mas eu não sabia direito o que era. Então, comecei a compreender que Ele queria que a minha vida fosse colocada à disposição d’Ele. Eu sentia um desejo tão grande de evangelizar e me colocar a serviço d’Ele, que nada mais dessas coisas preenchiam o meu coração.

No ano seguinte, em 1992, conheci a Canção Nova. E o que mais me atraiu na Canção Nova, nos missionários, é que eles eram “pessoas normais” (risos), mas totalmente dedicadas à evangelização, ao serviço do Senhor. Hoje, eu acho que não somos tão normais assim (risos). Brincadeiras a parte, eram pessoas comuns que viviam inteiramente para Deus, vivendo as situações ordinárias da vida: no trabalho, na família, nas coisas comum do dia a dia.

A promessa é para todos

Muitos diziam que deixar tudo para fazer parte da Comunidade Canção Nova era uma loucura. Tinha apenas 15 anos quando me senti chamada. Houve pessoas que aconselharam meus pais a fazerem algo para me fazer mudar de ideia, pois iria sofrer as consequências mais tarde, iria me decepcionar e até perder a fé em Deus.

Mas não pense que o Senhor me privou. Ele não me privou nem de desafios e provações nem de realização pessoal. Ao contrário, Ele investiu em mim. Se não fosse o batismo no Espírito Santo em minha vida, por aquela experiência que vivi aos 14 anos, certamente, não teria me formado em comunicação, não teria o trabalho que realizo na Canção Nova, não teria vivido tantas experiências… Deus me amou e investiu em mim. Louvo a Deus todos os dias por ter me dado a vida que eu tenho.

Deus precisa do seu dom e serviço

Padre Jonas contava sempre a história da sua família. Ele conta no seu livro “O Espírito sopra onde quer” sobre o seu pai: “Meu pai era pedreiro e quanta coisa linda ele fez! Sacrificou-se muito, trabalhou cinco anos na construção de Brasília. Como era um bom pedreiro, logo foi promovido a mestre-de-obras. Na construção do Palácio do Planalto, no qual hoje trabalha o presidente, o mestre-de-obras foi meu pai. Sei que, atualmente, em decorrência da situação do nosso país, isso não é motivo de orgulho, mas se não fosse o pedreiro Sérgio… Deus precisou dele, de seu dom e serviço”.

E continua: “Certa vez, foi surpreendido em Brasília, de madrugada, por uma patrulha policial enquanto tomava café. Os policiais entraram no local e, ao se aproximarem, perguntaram-lhe se trazia alguma arma no bolso. Ele respondeu afirmativamente. Colocando a mão no bolso, tirou seu terço, dizendo: “Eis a minha arma”. Era preciso ser um pedreiro de Deus!”.

Deus precisa de mim onde estou, cheia do Espírito

Como missionária da Comunidade Canção Nova, me formei em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda. Padre Jonas, nos Nossos Documentos n. 753, diz: “Deus nos trouxe para a Canção Nova por causa da missão. Ele nos deu as qualidades que temos por causa da missão. Ele está fazendo com que as nossas aptidões aflorem e se concretizem por causa da missão. Ele nos prepara, nos dá oportunidade de estudar, de fazer cursos, de nos aperfeiçoar por causa da missão”.

Durante muitos anos, trabalhei na TV Canção Nova. Nunca poderia imaginar viver tudo que Deus me deu a graça de viver em todos estes anos servindo a Ele na TV Canção Nova. Foram muitos momentos marcantes nos acampamentos de oração com Padre Léo, com Padre Jonas, nos programas com a Luzia, com o Eto… Várias transmissões, desde eventos históricos no Brasil como a canonização da Irmã Dulce até transmissões das Jornadas Mundiais da Juventude, funeral do Papa João Paulo II, visita do Papa Bento XVI no Brasil… Claro que também tiveram muitos “perrengues” …

Graziele recebendo a bênção do Papa Bento XVI, na Missa de Domingo de Ramos, em 2012, na Praça de São Pedro.

Ofertar a vida ao Senhor

Um fato que marcou a minha vida foi a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em 2013.  Alguns missionários foram enviados para o Rio de Janeiro, em 2012, para trabalhar no COL (Comitê Organizador Local da JMJ Rio 2013), nas equipes que estavam sendo formadas para organização da JMJ.

Dentre tantos acontecimentos, tive a graça de fazer parte dessa equipe e ser convidada pelo COL para participar da Missa do Domingo de Ramos em Roma, em 2012. Eu e um jovem do Movimento Regnum Christi fomos representar todos os jovens do Brasil que seriam os anfitriões na JMJ no ano seguinte.

Nós participamos da procissão do ofertório. O cerimonialista nos explicou que poderíamos ter contato com o Papa Bento XVI. Ele iria fazer uma pergunta pessoal a cada um de nós e nos daria a bênção. No momento em que nos aproximamos com a galhetas, o Papa Bento XVI me perguntou: “Você é de onde no Brasil?”. Eu respondia a ele: “Sou da Canção Nova!”. E, sorridente, ele me disse: “Ah, Canção Nova! Que belo! Que belo, Canção Nova!”.

Naquele momento, o meu coração se encheu de forte emoção, pois nunca poderia imaginar que a minha oferta de vida a Deus poderia me levar até aquele momento onde recebi a bênção do Sumo Pontífice.

Anunciar o Evangelho não é mérito para mim

Nada disso que testemunhei é mérito meu: tudo veio do Senhor. Certamente, deveria ter muito mais intimidade com o Senhor e há muitas coisas em mim que ainda precisam ser transformadas e convertidas, mas, graças a Deus, tive a graça de me entregar inteiramente a Ele.

Em tudo o que aconteceu, o Senhor investiu em mim para chegar até aqui. E o grande dia da minha vida foi aquela vigília do meu Pentecostes, quando recebi a graça do batismo no Espírito Santo.

E se você foi atraído por este Carisma, entre na Página Atraídos por uma canção e saiba como fazer para ser um consagrado a Deus na Comunidade Canção Nova. E se você for chamado, em breve, nos encontraremos e faremos parte desta linda missão!

Até mais!

 Graziele R. Lacquaneti

Membro no Modo de Compromisso Núcleo – Frente de Missão Cachoeira Paulista/SP

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