Viver Reconciliados
Na Palavra de Deus, na Carta de São Paulo aos Efésios, capítulo 4, Ele nos fala da Vida Nova em Cristo. É isso que somos chamados a assumir, quando nos consagramos na Canção Nova: uma Vida Nova em Cristo. Monsenhor Jonas nos diz, nos Nossos Documentos (documentos internos da comunidade), que Deus deve estar sempre em primeiro lugar; em segundo, o irmão. Essa é a fonte da reconciliação. Não é um mero ato humano que traz simplesmente alívio. Tudo passa, primeiramente, em Deus que purifica os nossos sentimentos. O verdadeiro perdão, perdoar e ser perdoado gera vida nova e comunhão de coração.
O compromisso de reconciliação diária é fundamental para a nossa vida fraterna: é o viver reconciliado.
Por isso, ele continua, é muito importante que cada um se exercite no preceito de “não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento.” (Ef 4, 26b). São Paulo, em Efésios, diz: “revesti-vos do Homem Novo, criado segundo Deus, na justiça e santidade da verdade. Buscar a reconciliação é se revestir do Homem Novo, da Vida Nova, dos mesmos sentimentos de Cristo. É assim que aprendemos com Jesus. Ele viveu sempre reconciliado: Ele foi crucificado, mas mesmo assim se reconcilia com o homem. Do alto da Cruz, Ele diz: “Perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. (Lc. 23,24)
É preciso terminar o dia reconciliado com todos, pois é o Senhor quem nos diz: “Se te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão” (cf. Mt 5, 23-24). Entre mim e meu irmão está Jesus. Ele continua a defender cada filho Seu, como defendeu a mulher adúltera: “Se você nunca pecou, atire a primeira pedra” (Cf. Jo 8,9).
O Amor vencerá
Cada irmão de comunidade merece ser tratado com o mesmo respeito e amor. Jesus é o único que pode mudar o nosso coração e o coração do nosso irmão. É preciso deixar vencer o amor que supera todas as coisas… É preciso reconhecer a nossa própria fraqueza antes de ver a fraqueza do irmão. Colocar todo problema à luz de Jesus. Ter os olhos de Jesus, as atitudes de Jesus, para que assim aconteça a Reconciliação.
Devemos ser pecadores redimidos pelo sangue de Jesus por meio do contínuo arrependimento dos nossos pecados e da reconciliação com nossos irmãos. Papa Francisco, fazendo uma catequese sobre a Confissão disse: “Quando vou me confessar é para me curar, para curar a minha alma. Para sair com mais saúde espiritual. Para passar da miséria à misericórdia. E o centro da confissão não são os pecados que dizemos, mas o amor divino que recebemos e que sempre precisamos.” (Papa sobre a confissão: receber amor divino, passando da miséria à misericórdia)
“Assim como o Senhor vos perdoou, fazei o mesmo, também vós. E, acima de tudo, revesti-vos do amor: é o vínculo perfeito” (Cl 3,12-14).
Somente quem está cheio do Amor de Deus é capaz de ultrapassar os limites do outro e perdoá-lo, apesar de suas misérias. Papa ainda disse: “Lembrem-se disto: no coração de Deus, nós estamos antes dos nossos erros.” “Visto que sois eleitos, santificados, amados por Deus, revesti-vos dos sentimentos de compaixão, benevolência, humildade, doçura, paciência. Suportai-vos uns aos outros, e se alguém tiver algum motivo de queixa contra o outro, perdoai-vos mutuamente…”
O perdão liberta e constrói o outro
O verdadeiro perdão leva o irmão a sair do cativeiro. O perdão liberta e constrói o outro. O perdão levanta o irmão caído, sara-lhe as feridas e traz paz ao coração. Ao contrário, a falta de perdão nos acorrenta, nos fecha, nos entristece. Diante de qualquer mágoa ou ressentimento, é necessário tratar com o irmão. “Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o, entre ti e ele somente…” (Mt 18,15).
Se dou o primeiro passo em direção ao irmão, estou tirando a culpa que ele tem sobre mim e, consequentemente, estou tirando-o da “maldição” que pesava sobre ele. Uma vez que ele está sob a bênção de Deus, a luz penetra em seu coração, produzindo arrependimento, tornando-o capaz de reconciliação com Deus, consigo mesmo e com o outro. O meu perdão pode tirar a culpa do outro e colocá-lo sob a bênção de Deus, que o salva.
Nosso único inimigo é o adversário, o demônio. Ele é o inimigo de Deus e nosso, o acusador de nossos irmãos. O demônio quer nos dividir e nos jogar uns contra os outros. Satanás age sutilmente nos relacionamentos. Ele faz de tudo para causar mal-entendidos e ressentimentos. Ele nos faz pensar que os outros estão contra nós. Estamos do mesmo lado da batalha e não somos inimigos uns dos outros! Derrotamos o inimigo com o perdão.
Reconciliação é humildade!
Reconciliação é humildade! Para o homem natural existe um limite para o perdão. Para quem deseja viver uma vida nova, é uma ordem a palavra de Jesus: “Perdoar setenta vezes sete”. Perdoar sempre, a vida toda. A falta de perdão é como uma planta amarga que cresce gradativamente até possuir, por inteiro, o coração.
Consequências da falta de perdão: tristeza, indisposição para servir a Deus, aos irmãos e à obra, volta para si mesmo, divisão, doença física e, mesmo, distúrbios em todo o corpo. O homem veio de Deus, que é Amor e Perdão. Ele foi criado para amar e viver em contínuo perdão. Aplicar na vida diária a passagem de Romanos 12,9-21 da qual se destaca: “Não te deixes vencer pelo mal, mas sê vencedor do mal por meio do bem”.
Ser como o pai do filho pródigo, que perdoou e, mais ainda, o aceitou com festa e grande alegria. Assim deve ser nossa atitude para com o irmão que se arrepende. Reconciliação: Fonte inesgotável de alegria e bem-estar. Alegria para o nosso coração e para o coração de Deus.
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