Precisamos acender a brasa do amor

Sabemos que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8,28). Se amamos a Deus, se estamos envolvidos em Seu amor, tudo concorre para o nosso bem. Com também acontece o contrário: tudo nos estraga, nos faz mal, nos prejudica, se não estamos vivendo no amor de Deus.
“Quanto a nós, sabemos que passamos da morte para a vida , porque amamos nossos irmãos” (I João 3,14).

O Senhor quer ressuscitar-nos para o amor. Deus quer nos curar profundamento de tudo aquilo que acabou matando os amor em nós. Talvez diante do próximo mais próximo, isto é, seus familiares, filhos, irmãos, pais, esposo…, você tenha tido de dizer: “Meus Deus do céu, eu não amo, não sinto o amor”. Justamente por causa disso o Senhor quer fazer uma ressurreição em sua vida.
Existe amor em você! Mas, infelizmente, não sentindo esse amor, você acaba dizendo para si mesmo que não ama. Você se acusa e se condena por isso.

Quando estamos voltados para o Senhor, sentimos Seu amor e começamos a amar: voltamos à vida. Sabemos que passamos da morte para a vida, porque o amor de Deus está em nós. Porque estamos voltados para Ele, começamos a amar o próximo.

Não é possível amar os outros se não amamos Deus em primeiro lugar. Não é possível amar a Deus se não sentimos o amor d’Ele por nós. Precisamos passar pela experiência de que foi Deus quem nos amou primeiro. Porque somos amados e experimentamos seu amor, começamos a amá-lo também. E amando a Deus, começamos também a amar o próximo.

Há amor em você. O amor de Deus foi derramado em seu coração pelo Espírito Santo que lhe foi dado. Se esse amor não se manifesta é porque forças de morte caíram, pesaram sobre ele e o sufocaram. Deus quer retirar todas essas forças de morte e fazer você voltar a experimentar o amor.
É como se em você houvesse cinzas em cima das brasas. Graças a Deus, ainda existe fogo. Porém, as cinzas estão matando o fogo. Quando eu era menino, fazíamos fogão à lenha em casa. Quantas vezes foi preciso pegar a tampa de uma panela e abanar o fogão para tirar as cinzas de cima. Eu achava bonito ver as brasas ficarem vermelhas e as cinzas irem embora. Bastava colocar alguns gravetos e, em pouco tempo, o fogo aparecia novamente.

Com o amor é assim também. Graças a Deus já existe amor em você. É preciso “abanar” esse amor. E isso depende de duas coisas: de Deus – e Ele já está fazendo Sua parte soprando o Espírito Santo sobre nós – e de nossa decisão de querer amar.

É em nossa casa, com as pessoas que Deus já introduziu em nossa vida, que precisamos acender as brasas do amor. Ainda lembro que eu ia pegar gravetos para fazer o fogo, e nem sempre eles estavam secos; dava um trabalhão acendê-los. Faziam muita fumaça. Faziam arder os olhos. Eu só tinha aqueles gravetos, por isso não desistia. Era preciso acender o fogo. Eu insistia, e, no meio de muita fumaça, finalmente o fogo reacendia. Insista! Não permaneça na morte!

As pessoas que Deus pôs em sua vida são os gravetos que Ele deixou para acender o fogo. Às vezes, elas estão verdes ainda, mas é com essas pessoas que você tem de fazer fogo. É com elas que a chama do amor vai acontecer.

Deus é amor e quem ama permanece no amor. Quem não ama permanece na morte. Sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos as pessoas próximas a nós. Forças de morte terríveis e acontecimentos desastrosos fizeram cair cinzas e morte sobre o amor. Mas o Senhor nos devolve a coragem de dar passos; de tomar a iniciativa e amar.

Os valentes guerreiros que o Senhor está treinando fazem guerra cerrada contra o próprio egoísmo decidindo-se continuamente a amar fazendo voluntariamente gestos e mais gestos de amor. São todos os pequenos gestos, como gravetos que fazem fogo; mas são eles que marcam em nós a decisão deliberada de amar. Em outras palavras: passar continuamente da mote para a vida; do egoísmo para o amor.

Trecho do livro “Combatentes no amor” de monsenhor Jonas Abib

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