Vivemos hoje numa sociedade onde o homem se torna cada vez mais egoísta e voltado para si mesmo
O importante é TER! E ter cada vez mais. Vale mais quem tem mais e o homem esquece do que é, de ser na sua essência, que é a imagem e semelhança de Deus.
Quando perguntamos a alguém “quem você é?” Seja numa entrevista de emprego, ou num processo seletivo ou mesmo numa conversa informal, as pessoas respondem: tenho diplomas, tenho isto, tenho aquilo, mas nunca dizem o que são realmente. Escondem-se por trás das coisas e pessoas e muitas vezes revelam um vazio interior.
Em meio a este sentimento vivemos em uma sociedade, onde o outro vale cada vez menos, onde os relacionamentos se tornam cada vez mais superficiais e os encontros são nas mídias sociais. O mundo é competitivo e a teoria da eliminação do outro vigora com preponderância. Doenças como depressão, síndrome do pânico, estresse e outras crescem exponencialmente.
Muitas vezes pessoas agrupadas mas separadas, cada uma com o seu celular, tablete ou notebook, gastando o precioso e escasso tempo com conversas tolas, banais que não vão acrescentar nada a vida do outro. É a superficialidade dos encontros e a materialidade dos sentimentos.
:: Você é uma pessoa desapegada?
Muitas pessoas fisicamente juntas mas com o coração a quilômetros de distância. Pessoas morrendo ao nosso lado e isto começa a se tornar normal
E Deus aonde está? Deus que é todo amor?
Na concepção mundana de hoje, Deus precisa se adequar a minha conveniência. Precisa não me incomodar, ficar a parte, preparado para quando eu precisar de algo. E ai tem que me atender senão busco outra fé ou algo que me satisfaça. Deus muitas vezes é uma imagem na prateleira ou uma bíblia empoeirada aberta na mesma página há anos.
Tudo pode, o que importa é ser “feliz”.
E como deve se portar o cristão diante de tudo isto?
Jesus disse no Evangelho de João: “Não peço que os tire do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo como eu não sou do mundo. Santifica-os na verdade; tua palavra é verdade”Jo17,15-17
Quando Jesus diz estas palavras Ele espera de nós atitudes coerentes com a nossa fé cristã. Em meio a toda esta realidade mundana em que estamos inseridos, mas não somos dela, a resposta a ser dada é a do amor. Precisamos viver a santidade das relações humanas e combater toda situação de pecado.
Romper com o pecado e mostrar ao mundo que os momentos de euforia (“felicidade”) que o prazer efêmero dá, é incomparavelmente pobre diante da graça de uma vida entregue ao amor de Deus e ao céu que nos espera. É ser livre para Deus e não escravo do pecado.
O mundo precisa enxergar em nós uma posição contrária a todo este caos social. E não é fácil, pois é remar contra a maré.
É viver o que diz Mateus no capítulo 25: “dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, acolher a quem está a margem, vestir a quem está nu, visitar os doentes e encarcerados.”
É mostrar que o outro é tão importante para Deus como eu, pois o sangue de Jesus foi derramado igualmente por cada um de nós.
É ser presença na vida do outro, aprender a perdoar e amar incondicionalmente. Atitudes simples, como dar “bom dia”, estender a mão quando alguém tem dificuldade para atravessar a rua, dar o seu lugar no ônibus quando alguém se encontra mais cansado, fazer a caridade e fazer gratuitamente.
É usufruir das coisas do mundo, mídias sociais, internet e outros meios, para o bem comum.
O cristão neste mundo precisa ser a face de Cristo em sua face. Buscar a justiça e o direito, praticar o bem e não fazer o mal a ninguém.
Difícil, sim parece difícil, impossível ao homem, mas Jesus nos falou: “Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos guiará na verdade plena.” Jo16,13
Ai está o caminho, deixar-se ser guiado pelo Espírito Santo.
Roberto Márcio
Missionário Cancão Nova