Imagem e semelhança

A limitação e fragilidade do homem o limita também nessa experiência com o amor de Deus ao mesmo tempo que essa experiência mesmo que parcial o fortalece e impulsiona na busca por ser melhor e corresponder aos anceios mais profundos de felicidade. No parágrafo 27 do CIC encontramos:

cancaonova

O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar:

O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de dialogar com ele, começa com a existência humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu Criador.

Deus não mede esforços para que o homem sinta-se amado e realize-se como pessoa, contudo, o homem nunca será capaz de retribuir esse amor, pois, como pessoa sente outras necessidades enquanto Deus só sabe amar. “O Verbo se fez carne para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus por nós: Deus enviou seu Filho Único ao mundo para que vivamos por Ele” (1Jo 4, 9). “Pois Deus amou tanto o mundo, que deu seu Filho Único, a fim de que todo o que crer nele não pereça, mas tenha a Vida Eterna” (Jo 3, 16).

A medida que a experiência com o amor de Deus vai crescendo sentimentos como a insegurança e o medo que desmotivam e levam o homem a fechar-se em si mesmo vão se diluindo e perdendo espaço na vida do homem o impulsionando a dar passos e viver a sua verdadeira essência deixando também de ser caricatura e assumindo a sua verdadeira imagem como semelhança do próprio Deus.

misericordia cancaonovaO Catecismo da Igreja Católica deixa mais claro o meu pensamento em dois parágrafos: CIC 1604 Deus, que criou o homem por amor, também o chamou para o amor, vocação fundamental e inata de todo ser humano. Pois o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, que é amor. Tendo-os Deus criado homem e mulher, seu amor mútuo se torna uma imagem do amor absoluto e indefectível de Deus pelo homem. Esse amoré bom, muito bom, aos olhos do Criador, que “é amor” (1Jo 4, 8. 16). E esse amor abençoado por Deus é destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum de preservação da criação: “Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, mutiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1, 28).

CIC 1700 A dignidade da pessoa humana se fundamenta em sua criação à imagem e semelhança de Deus; realiza-se em sua vocação à bem-aventurança divina. Cabe ao ser humano a livre iniciativa de sua realização. Por seus atos deliberados, a pessoa humana se conforma ou não ao bem prometido por Deus e atestado por sua consciência moral. As pessoas humanas se edificam e crescem interiormente: fazem de toda sua vida sensível e espiritual matéria de crescimento. Com a ajuda da graça, crescem na virtude, evitam o pecado e, se o tiverem cometido, voltam como o filho pródigo, para a misericórdia de nosso Pai do Céus. Chegam, assim, à perfeição da caridade.

Deusbençoe muito o seu tempo de descoberta.

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