“Quanto ao mais, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor continue o seu caminho, e seja glorificada, como aconteceu entre vós, e para que sejamos livres de homens ímpios e perversos; pois nem todos têm fé. Mas o Senhor é fiel, e vos fortalecerá e guardará do Maligno” (2Ts 3, 1-3).
Olá, seja bem-vindo a mais um artigo em nosso blog! Encerramos o mês de setembro e, como sabemos, a Igreja dedicou-o à Palavra de Deus, porque no dia 30 do referido mês, celebramos a memória litúrgica de São Jerônimo, que traduziu a bíblia do grego e do hebraico para o latim. Dedicar um mês à Palavra não nos autoriza a abandoná-la nos outros meses; ao contrário, o intuito é que desenvolvamos ainda mais o hábito de tê-la sempre presente em nossa vida. De acordo com o trecho da segunda carta de São Paulo aos Tessalonicenses, que lemos no início, podemos dizer que são três as preocupações do Apóstolo. Primeira, “que a palavra do Senhor” continue a ser anunciada; segunda, que ela seja “glorificada” e, por último, que ele e seus companheiros sejam “livres de homens ímpios e perversos”. Vamos falar brevemente sobre cada uma delas.
“Que a palavra do Senhor continue o seu caminho”. Aqui ele usou a palavra grega “δρόμος” (dromos) que pode ser usada para se referir tanto a um caminho físico ou estrada quanto a um caminho no sentido mais amplo, como uma jornada, curso de vida ou direção. Em suas cartas, é comum a utilização de elementos do cotidiano para aplicá-los metaforicamente à vida cristã. Pensemos, por exemplo, quando ele, dirigindo-se aos Coríntios, disse: “Não sabeis que aqueles que correm no estádio, correm todos, mas um só ganha o prêmio? Correi, portanto, de maneira a consegui-lo” (1Cor 9, 24). Em 2Ts 3, 1 não foi diferente, pois na literatura grega antiga, para descrever trajetos físicos e metafóricos, usava-se a palavra “δρόμος” (dromos). Paulo estava bastante consciente de sua missão de pregador do Evangelho e, portanto, portador desta boa-nova! Tanto era assim que dirigindo-se aos Coríntios disse: “Não foi para batizar que Cristo me enviou, mas para anunciar o Evangelho” (1Cor 1, 17). E aos Romanos disse: “Daí meu propósito de levar o Evangelho também a vós que estais em Roma” (Rm 1, 15). A Timóteo, por sua vez, afirmou ter sido designado pregador, apóstolo e doutor (cf. 1Tm 2, 7; 2Tm 1, 11).
Amados, eu e você, à semelhança do santo Apóstolo, somos chamados a colaborar com a missão da Igreja, que “tem como fim a salvação dos homens”1. Talvez você me diga: “É suficiente que eu anuncie com minha vida. Isto, sim, é o que importa” e outras coisas semelhantes. Mas, não é assim que nos ensina a Igreja. Leiamos o que está escrito no Decreto Apostolicam Actuositatem, sobre o apostolado dos leigos: “Este apostolado, contudo, não consiste apenas no testemunho da vida; o verdadeiro apóstolo busca ocasiões de anunciar Cristo por palavra, quer aos não crentes para os levar à fé, quer aos fiéis, para os instruir, confirmar e animar a uma vida fervorosa”2. Depois disso, irmãos, o que dizer, senão, “Ai de mim, se não pregar o Evangelho” (1 Cor. 9,16).
Na próxima postagem abordarei as duas últimas preocupações. Deus te abençoe!
Marcus Lemos – Segundo Elo – Canção Nova Aracaju
Marcus Lemos é missionário na comunidade Canção Nova. Natural de Aracaju/SE, é casado com a missionária Nathalie Fontes, trabalha no setor de Educação a Distância (EaD) de um Grupo Educacional, é formado em Gestão da Tecnologia da Informação.