Tenho certeza que você ficou bem intrigado com os elementos que foram levantados sobre a infância. A psicologia do desenvolvimento é fascinante, seja ela na infância, adolescência, vida adulta ou velhice. Hoje vamos continuar a desbravar nossa infância.
Um momento de muita importância na vida da criança e que o adulto nem imagina o impacto dela, é o controle esfincteriano. É a capacidade que a criança tem de iniciar o processo de autodomínio, autocontrole e autoestima. Imagina o quanto é difícil para uma criança, que estava acostumada com o uso da fralda, ter que parar de usar. Vivia livremente a eliminação de sua urina e suas fezes. Mas de repente, vem um adulto e começa a falar que agora não vai usar mais fralda! Será que isso é fácil para a criança? NÃO! NÃO! E NÃO!
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Nesta etapa da vida, a criança começa a perceber que ela possui capacidade de controlar o próprio corpinho. Olha que coisa interessante para a cabeça de uma criança. Saber que ela poderá determinar o momento certo do que está dentro dela sair. Só sairá se ela deixar, isso muda tudo! É por isso que gera tanta autonomia e autocontrole, pois sente a capacidade de dominar o corpo.
No entanto, as crianças que apresentarem dificuldades em passar bem por esta etapa, poderão ter problemas futuros.
Ela começa a lidar com frustração, e isso pode ser doloroso.
Os pais que não orientam a criança e não a educam nesta área, conduzirá o processo de forma a não se comprometer com a criança. E ela percebe isso. Afinal, os coleguinhas de sala já não usam fralda. Ela se torna diferente, mas um diferente ruim, pois trata de algo que interfere diretamente na sua autoestima. Elas começam a pensar: “Por que meu coleguinha não usa fralda e eu uso”? “Meu coleguinha não é bebê mais, porque não usa fralda.” E aqui vale ressaltar que muitas não quererem usar fraldas na escola, mas em casa continuam precisando. Isso tudo é conflituoso para a criança, precisamos pensar nelas e no quanto viver bem cada momento é importante.
No entanto, tão dolorosa quanto à falta de compromisso dos pais em desfraldar, são as punições rígidas. Antigamente, “esfregavam” o rosto da criança no chão, se ela ali tivesse urinado. As comparações e falas punitivas, também estão impregnadas, até mesmo no mundo de hoje. Estes comportamentos geram vergonha na criança. Infelizmente, a sensação de impotência e fracasso aumenta, podendo levar a criança agir de forma sigilosa e secreta. Começa a ter medo da consequência de seu, “erro”, pois é assim que foi tratado. Isso pode se arrastar pela vida adulta, fazendo dessa criança, um adulto inseguro, impotente, incapaz de controlar as coisas, porque não consegue confiar em sim mesmo.
Existem casos de pais que sentem estar perdendo seu bebê. E por isto acabam boicotando o processo de desfraldar. Infelizmente é um pensamento doentio e egoísta. Não tem como enganar o tempo. Ele passa! As coisas mudam, amadurecem, se transformam, o homem querendo ou não.
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No entanto, é preciso saber o tempo de cada criança, pois são seres únicos!
O controle esfincteriano é o primeiro ato de independência da criança. Esta transição de fralda para o pinico ou vaso, promove uma grande autonomia, porém, exige paciência e dedicação dos pais e educadores.
Como você passou por esta experiência com seu filho (a)? Como seus pais lidaram com essa situação? Se não foi de forma positiva, dê seu passo. Não fique parado neste sentimento de fracasso. Você hoje é capaz de ir muito mais longe do que imagina!
Aline Rodrigues
Psicóloga e missionária da Comunidade Canção Nova
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