“ A família se apresenta assim, como a mais durável, a mais autêntica, a mais essencial forma de vida comunitária”. (Mons. Jonas Abib).
Na Comunidade gerada pelo casamento, existe uma relação de maternidade. Alguém abriga no próprio corpo, a vida planejada e assumida a dois. Uma relação intensa de amor, o coração da mãe não sabe dizer quem é seu dono, porque sente um amor totalizante por cada filho.
A mãe ama cada filho de tal modo que essa devoção se perpetua. Ama mais àquele que está doente até ficar são. Ama mais àquele que está fora até voltar para casa.
A boa mãe tem uma capacidade de acolher e se dar numa renúncia de si mesmo tão grande que somente a sensibilidade humana poderá compreender.
Nesta comunidade existe alguém ou algumas pessoas que se sentem nascidos, gerados, tecidos , pelo pai e pela mãe.
Diante do vínculo filial tudo se torna tão pequeno.
Foi assim que me senti quando eu estava gerando o meu segundo filho.
Numa viagem fatigante em busca de noticias da minha amada mãe que estava enferma, fui assaltada por uma terrível perda. Ao vê-la, percebi que não havia tempo para dizer muitas coisas, somente o essencial.
Logicamente a tristeza invadiu a minha alma porque esse vínculo de mãe e filho é um dos elos de aço desta comunidade a qual me refiro, comunidade gerada pelo casamento. Digo elos de aço porque eu nunca deixei de amar a minha mãe, aliás, essas foram as últimas palavras que eu disse para ela quando dava seus últimos suspiros. Um elo que resiste, invulnerável ás machadadas da vida, para nós que ainda caminhamos neste vale de lágrimas.
Na comunidade gerada pelo casamento existe outra relação fundamental que é o da fraternidade, estão ligados na origem, na foz existencial.
Como li num livro que em muito me acrescentou: a história de dois irmãos alpinistas europeus.
Tendo um deles sido gravemente acidentado, encontrou nos ombros do outro a mais tocante viatura. E o irmão caminhou trinta e cinco quilômetros carregando o outro, até encontrar a vila, o posto médico. E eles lhe perguntaram se não se sentia cansado, respondeu que não.
É que o fardo era o irmão.
É uma relação enriquecedora decretada justamente no dia em que o casal cristão decidem dizer amém ao plano de Deus.
Se você se sente vocacionado a acompanhar alguém nesta linda aventura, há uma forma de ser feliz, caminhe na mesma direção, com o mesmo objetivo, já que ousaram escolher um ao outro entre tantos, e o Cristo vos iluminará.
Com carinho e orações,
Maria Rosângela
Missionária da Comunidade Canção Nova