(João 20, 19)

Jesus sofreu uma das piores torturas que existiram na face da terra. Depois de ser flagelado, ficou seis horas na cruz e as três horas da tarde veio a morrer, entregando seu espírito. Pela lei de Moisés, não era permitido deixar ninguém na cruz durante a páscoa porque era tempo de festa. Dessa forma, os judeus pediram à Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos crucificados e os tirassem da cruz. Os soldados, porém, não quebraram os pés de Jesus pois esse já estava morto. Assim, se cumpria a profecia de Isaías: “Não quebrarão nenhum dos seus ossos“, e o cordeiro de Deus foi glorificado. Jesus perdeu na cruz todo seu sangue, pelas pernas, pelo pulso, pela cabeça coroada por espinhos. Jesus morreu amando a humanidade até a última gota de sangue. Quando Jesus morre, o véu do templo se rasga de alto a baixo para mostrar que o coração de Deus foi aberto. Jesus abriu-nos o acesso ao Pai. Por isso, hoje todos nós temos acesso à salvação pelo sacrifício de Jesus.

Quando Jesus ressuscitado retornou à seus discípulos, mostrou as marcas de sua paixão: as mãos e o lado aberto e soprou sobre eles o Espírito Santo. Tomé, um dos discípulos, não estava presente. Esse, por sua vez, não acreditou: “Se eu não ver as chagas, não acreditarei que Jesus ressuscitou”. Tomé havia perdido a fé, pois quando os discípulos foram visitados por Jesus, esse não estava na comunidade. Assim, nós, quando deixamos nossa comunidade, nosso grupo de oração, somos tentados a perder a fé aos poucos.
Oito dias depois, no domingo, dia do Senhor (A igreja da nova aliança passa a guardar os domingos como dias sagrados e não no sábado), os discípulos estavam reunidos novamente e dessa vez, Tomé estava com eles. O coração misericordioso queria salvar o discípulo. Jesus pediu que Tomé tocasse suas feridas para que acreditasse que o cordeiro havia ressuscitado.

Pelo coração misericordioso de Jesus, noventa e nove ovelhas são deixadas de lado para que uma seja encontrada. Se Jesus não fosse misericordioso, nós não teríamos acesso à salvação. Nós não merecemos a salvação, somos pecadores, mas pelo sacrifício do cordeiro nos tornamos dignos, não por nossas faltas, mas pela misericórdia.

Depois disse à Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado, e não sejas incrédulo, mas crê! Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram e creram!”

Tomé reconheceu Jesus como seu Senhor: “Meu Senhor e meu Deus”. Disse Jesus “Creste porque viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto”. O coração de Jesus está aberto para nos salvar. Quantas vezes somos como Tomé que desistimos, que perdemos a fé em meio ao sofrimento. Quantos perdem a fé porque não viram Deus agir. Para Deus agir, porém, é preciso crer. Jesus mostra a nós seu coração aberto para dar àqueles que perderam a fé, o acesso à Ele.

Misericórdia significa ter o coração voltado para a miséria, a pobreza do homem, com compaixão. Compaixão é sofrer junto. Quando Deus permite uma dor, Ele sofre junto.

Roberto Tannus

1º Palestra Sábado Canção Nova Curitiba