Continuando nosso caminho ao cume quero partilhar uma experiência muito especial que fizemos de fraternidade, unidade e comunhão.

A fraternidade que já se manifestou na nossa ida até a cidade de Delfim Moreira no sul de Minas Gerais, que foi um ato de profunda caridade de nosso amigo Paulo Martins. Ele veio nos buscar em Cachoeira Paulista às 5h da madrugada. Um detalhe: Ele não subiu! Por problemas físicos ficou na base dos Marins. Mas fez questão de nos levar. Valeu Paulão!

Nossa equipe e o Cícero que tirou essa foto

Depois do Morro do Careca (1900m de altura) continuamos nossa escalada e as subidas eram cada vez mais íngremes e a beleza da natureza cada vez mais exuberante. Neste trecho, fizemos uma linda experiência de família, fraternidade e comunidade.

Um cuidava do outro. Ajudando-se a transpor os diversos obstáculos, sendo apoio para não cair nas pedras, sempre em grupo, em família… Muito legal a experiência que fizemos da partilha: da água, da farofa, da paçoca, do chocolate, de vida e de oração…

A alegria da fraternidade foi um combustível. A unidade era o ânimo àqueles que tinham mais dificuldades na subida. Nós tínhamos uma meta em comum: O cume!

Foram quase três horas de caminhada até o último ponto com água, já nas alturas… Momento de descansar um pouco, lanchar e preparar-se para o último trecho, a escalada final.

Fonte de água a mais de 2000mts de altura

Precisamos em nossa vida sempre ter este sentido de fraternidade para que juntos alcancemos nosso objetivo principal que é a salvação. Se preciso for, fazer-se como o Cirineu que ajudou Jesus Cristo a carregar a Cruz até o fim.

No próximo artigo, continuaremos nossa aventura ao cume, trecho final.

Até a próxima!

“…O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o fato de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão.”(Papa Bento XVI, Mens. para Quaresma 2012)

Mediante este convite do Papa para esta quaresma, devemos ter no coração que a lei sempre deve estar a serviço do amor. Por isto, devemos ver o Evangelho encarnado em nossas atitudes em nosso dia a dia. Irmã Dulce é um exemplo, próximo de nós, de alguém que pregou o Evangelho com a vida muito mais que com Palavras. Nisto vive-se a Lei do Amor.

O Evangelho de Marcos 2,23-28 nos ensina, que acima de toda Lei do Homem está o amor, a pessoa, o ser humano. Jesus não nos ensina a ninguém transgredir a Lei, mas sim a vivê-la na sua verdade, porque a Lei está a serviço do homem e não o contrário. “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado.”

Que eu não seja um “fariseu” na vida dos irmãos, em primeiro lugar o Amor e a pessoa. Se a Lei em minha vida não se adequar a este principio alguma coisa está errada, e preciso me rever.

“…quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele”. (1 Jo 4, 16)

Forte abraço… Até a próxima!

Ademir Costa

O homem é um ser social, portanto criado por Deus para viver em sociedade, em comunidade. Na origem do ser humano habita esta necessidade de conviver que é essência da fraternidade. Podemos ver um exemplo disto no filme “Náufrago”: No qual um avião cai no mar próximo a uma ilha, o único sobrevivente, vive anos naquela ilha deserta. Para não sentir-se só, fez como “amigo” Wilson, uma bola de volei, que foi seu companheiro naquele longo tempo.

Podemos ver em toda a história humana que o homem nunca esteve sozinho. Observamos até mesmo a história de salvação de Israel. Todo o povo israelita sempre caminhando juntos, por mais que fossem cabeça dura, não se dispersavam. Assim, também no Novo Testamento, Jesus Cristo sempre caminhando junto com os discipulos. Como São Paulo que sempre teve companheiros em sua missão, a exemplo de Barnabé e Timotéo. Hoje, a Igreja sempre unida em comunhão com o povo de Deus.

Vivemos em comunidade, por mais que haja divisões, não podemos viver isolados, sempre faremos parte de algum grupo, seja qual for o movimento, pastoral, grupo, comunidade. Ou se não for na Igreja, pelo menos no seu serviço ou na família estará convivendo com alguém.

Claro que podemos e devemos nos retirar para estar a sós com o Senhor. É bom retirar-se e buscar um cantinho se ninguém para escutar a voz de Deus e fazer revisões em nossa vida.  O próprio Jesus fazia isto. Mas isto na verdade  não é estar sozinho, pois estamos com Deus.

Ninguém é bom sozinho, não podemos nos isolar do mundo, tentando criar um mundo a parte para nós. Existem alguns disturbios psicológicos como a esquizofrenia, que faz a pessoa viver fora da realidade, mas isto é um caso médico.

Nós devemos viver bem nosso ser social, fraterno, comunitário. Não podemos fugir daquilo que é nossa natureza humana.

Devemos como cristãos antecipar as necessidades dos irmãos. Na comunidade CN temos alguns irmãos que são designados responsáveis nas casas na qual moramos. São chamados coordenador e caixinha. Os mesmos tem a responsabilidade de cuidar e se antecipar as necessidades do irmãos. É uma atitude de amor de pai e mãe que cuida de seus filhos.

Esta atitude não deve ser somente dessas pessoas constítuidas para cuidar de nós. Todos nós como CRISTÃOS devemos ter a atitude de cuidar dos irmãos. Devemos ser sensíveis, ser atentos as necessidades de nosso próximo. Como já disse em outro post, que temos a tedencia de sempre garantir o nosso lado. E o outro que se lasque, porque o primeiro pedaço de “bife” é meu, para o irmão é o “osso”.

Irmãos, este amor fraterno é como uma argamassa que nos une como Igreja. A voz de Deus na Cruz de São Damião gritou com São Francisco: “Vai e reconstrói a minha Igreja”. E hoje para reconstruir a Igreja de Cristo que somos nós, devemos utilizar muita “argamassa” do amor fraterno, para que as pedras angulares da Igreja permaneçam firmes.

A começar em mim na minha vida comunitária, devo antecipar a necessidade do meu irmão.

Amém!


Não é pesado é meu irmão

A essência de uma comunidade é a vida fraterna. Para São Francisco a vida fraterna foi fundamento para o começo da fraternidade franciscana. Tanto que a exortava os frades enviados em missão a serem como mães uns para os outros. Mãe é mãe. É aquela que cuida e antecipa as necessidades dos seus filhos.

Por isso, devemos ser mães uns para os outros. Devemos cuidar do irmão como o próprio Cristo cuidaria. Independente de ter afinidade ou não, devo cuidar do irmão e antecipar suas necessidades.

Se necessário for carregar os irmãos nas costas…se necessário for dar a vida pelo irmão.