Tempo de conversão

Chegamos na quaresma, onde Jesus passou quarenta dias de solidão no deserto.

Levado pelo Espírito ao deserto, Jesus ali fica quarenta dias sem comer, vive com os animais selvagens e os anjos o servem. Satanás tenta o Senhor por três vezes e o questiona a sua atitude filial para com Deus. Mc 1,13

Recapitulamos as tentações de Adão no Paraíso com a tentação de Jesus no deserto de Israel. Jesus é o novo Adão, pois vence o tentador.

“A vitória de Jesus sobre o tentador no deserto antecipa a vitória da Paixão, obediência suprema de seu amor filial ao Pai.” *CIC 539

É um tempo de graça na Igreja que nos convida a conversão, estes grandes acontecimentos na história nos fazem relembrar da nossa salvação e nos faz experimentar na vida tudo aquilo que o Senhor viveu.

Precisamos vencer a preguiça, a gula, avareza, luxúria e etc. E é através do jejum, da abstinência, das renúncias que assim Deus trabalha no nosso íntimo para sermos pessoas melhores, mais belas.

 

Não podemos nos acostumar com a conduta pecaminosa, nos acostumamos de tal forma que não existe arrependimento e não nos confessamos. Acostumamos a falar mal das pessoas, a fazer fofocas, temos uma superioridade em acharmos que somos santos o suficiente e julgamos o outro.

É tempo de revisão, tempo de acender uma luz nas nossas misérias para perceber que não somos perfeitos.

O Senhor quer se reconciliar conosco, para que não sejamos pessoas insuportáveis.

A conversão é um benefício, permita que o Senhor ilumine todas as áreas. E para isso precisamos rezar, pedindo “Senhor ilumine a minha mente, os meus caminhos, os meu olhos, o que eu não tenho visto, me mostre.”

A oração vem acompanhada da penitência que por sua vez precisa investir na caridade com o próximo, esmola e partilhas fraternas (obras de caridade).

Trazendo a luz aquilo que somos, iniciamos um caminho de conversão para o nosso crescimento espiritual que nos levará a ressurreição.

Para colocarmos em prática, todas as sextas-feiras quaresmais em especial, são dedicadas a Paixão de Jesus, por isso o jejum e a abstinência são mais intensificadas.

“A penitência impele o pecador a suportar tudo de boa vontade. Em seu coração está o arrependimento; em sua boca, a acusação; em suas obras, plena humildade e proveitosa satisfação.” *CIC 1450

Toda penitência e reconciliação traz como fruto a graça de nos unirmos a Deus numa profunda amizade, restituindo a filiação.

A penitência e a oração que citamos, não é somente para deixar de tomar refrigerante ou não comer carne durante o período quaresmal, mas é oferecer para um fim. É para que eu seja melhor, e para deixar de cair no pecado da inveja, por exemplo. Todo o meu esforço é por esta causa.

Que este tempo de oferecimento e penitencia não seja para tomar um copo de refrigerante e comer churrasco na Páscoa, mas que nos traga a mudança de vida naquilo em que mais temos dificuldades e proclamar eu venci com Jesus!

*CIC – Catecismo da Igreja Católica