JORNALISMO SALVÍFICO

O que deve mover um profissional de comunicação, quando se propõe a seguir um caminho editoral salvífico? Isso mesmo!!! SALVÍFICO!!! Tantos coleguinhas por aí vibrando com as tragédias. Conseguem ser poéticos com o trágico, conseguem arrancar lágrimas de indignação, de quem já sofre tantas misérias. Definir o “ser” jornalísta é complicado para muitos. Sabe por que?  Exalar o perfume da esperança em meio ao caos, não é fácil. Principalmente quando se tem na melhor escola telejornalistica do país, uma outra linha. Denunciar o erro, apontar falhas, criticar quem vacila, está sempre em primeiro lugar. E as vezes sem ao menos realizar o fundamento básico das redações. Checar as informações e ouvir os dois lados antes da exibição, da publicação, da divulgação que pode destruir a moral e a vida de alguém. Este lado jornalístico tem uma pista larga, asfaltada, arborizada, para onde pulam os que preferem contar histórias picantes, assombrosas, que chocam. Ah e com narrações inflamadas e provocantes. Questionadoras e desafiadoras. Em poucos minutos de transmissão, eles conseguem fazer o chefe de família socar o sofá, deixar a mãe de olhos arregalados e queixo sustentado por uma das mãos. Mas e o jornalismo salvífico? Buscar a coerência e discernimento naquilo que será informação para as pessoas. In, dentro, formação, ato de formar.  Queridos, só podemos colocar no coração das pessoas aquilo que faz crescer, aprender, acreditar que é possível e que tem jeito. Não falo de um jornalismo “chapa branca”, mas falo de um jeito diferente de levar as histórias da vida às pessoas. Um exemplo simples. Uma mulher grávida é aconselhada pelo médico a realizar um aborto, porque a criança tem hidrocefalia e não viverá mais que algumas horas. Ela não aceita, a criança nasce, surpreende a todos e aos poucos vence o desafio de viver. No jornalismo tradicional se mostra o caso e rapidamente se cai de pau em cima do médico. Se é capaz até de questionar a mãe. “…não vai processá-lo???” E no jornalísmo salvífico? Aqui a história não muda o roteiro inicial. Mas a coragem da mãe em dizer não ao aborto, a recompensa divina de ver seu filho já alcançar os dois anos de vida e dar os seus primeiros passos, superam qualquer indignação ou erro médico. Afinal quando se chega ao ponto em que o homem, o médico não consegue fazer mais nada, é justamente aí que se dá a chance para Deus começar a realizar os milagres. E ao procurar o médico a pergunta é outra. O que mudou em sua vida profissional ao ver essa criança hoje com dois anos? Certamente teremos o relato de um médico que mudou completamente sua visão quanto ao aborto, quanto a falta de esperança.  Meus caros coleguinhas, somos capazes de contar boas histórias. Só precisamos mudar o jeito de contar. Pois o mundo já sabe de todas as atrocidades e terrores. O novo de cada dia é a forma como se pode suportar o peso dos escombros até o fim sem perder a esperança.

Deus abençoe!

Wallace Andrade
Comunidade Canção Nova

jornalistasp@cancaonova.com


Jornalista, missionário da Comunidade Canção Nova, escritor, casado com Valeria Martins Andrade e pai de Davi Andrade, natural de Campos dos Goytacazes-RJ.