Neste exato momento, em algum lugar do mundo, está acontecendo uma tragédia climática, como a ocorrida em Nova Friburgo, há dois verões passados. Recordando as cenas daquela tragédia e comecei a refletir sobre isso. Não existem palavras para descrever o que sente alguém que perde um filho numa tragédia. Além do trauma, a saudade, além da dor, a lembrança, além da agonia, desesperança. Muitos devem estar se perguntando agora: onde está Deus? É comum querer encontrar culpados para a maior tragédia climática do Brasil. Acho que a palavra COMPROMETIMENTO abrirá um grande leque para discutir de quem é a verdadeira culpa! A palavra é definida no “Aurélio” como ATO de comprometer-se, COMPROMISSO, ENVOLVIMENTO. Então esmiucemos os sinônimos. ATO – derivado de atitude. Onde está a atitude de quem prometeu se comprometer com o povo que o escolheu para governar? Onde está a atitude do povo que, sem cálculos e preocupação ambiental, desmatou e construiu em locais, até então, impróprios? Onde está a atitude de Deus, que insiste em respeitar sua criação, dando-lhe o livre arbítrio nas decisões que ela toma? COMPROMISSO – derivado de obrigação. Que obrigações tem o líder de uma nação ao receber montantes destinados a melhorias e obras preventivas na ilha que governa? Que obrigações tem os moradores, ao saber que sua ilha precisa de reparos, tem verba pra isso e os avanços não acontecem? Que obrigações tem Deus, ao iluminar escolhidos que mostram às pessoas que corrupção é pecado, desvio de verba é pecado, omissão e falta de envolvimento são pecados, e essas pessoas não mudam de atitudes? ENVOLVIMENTO – deriva de relação amorosa. Que relação amorosa tem alguém que olha para o próximo como uma peça a mais em seu tabuleiro de xadrez? Que relação amorosa tem alguém que de dentro de sua mansão, até chora ao ver a desgraça do outro, mas continua sua vidinha normal no dia seguinte, sem ao menos orar por quem sofre? Que relação amorosa, tem Deus, que em meio a tragédias, aponta escolhidos que encontram cordas para lançar e salvar a vizinha, que mostra um pai que passa 12 horas escorando escombros a fim de evitar que eles esmaguem seu filho, resgatado sem arranhões pelos bombeiros? No fim de toda essa história eu consigo enxergar que as tragédias precisam nos ensinar… nos fazer crescer… e acima de tudo, precisam nos mostrar que não existem erros que não possam ser reparados, não existem mortos que se foram em vão, não existem casas destruidas que não possam ser reconstruídas. O grande segredo e que precisa ser revelado a cada lágrima que derramamos, é que os reparos, os mártires, as reconstruções devem e precisam ser alicerçados naquele que volta e meia questionamos, duvidamos, culpamos. DEUS.
Que Ele nos abençoe e mude nossa rota de colisão e auto destruição!!
Abçs
Wallace Andrade
Comunidade Canção Nova
editoria@cancaonova.com